Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

23 fevereiro 2015

Há finais de dia que são vontade de pegar no telefone e ouvir a voz que queríamos do outro lado, e sentirmos assim alguém ao lado, do nosso lado. Mas não o fazemos, nunca o fiz e não farei, não serei mulherzinha para descer a esse ponto. Não mo permito e não quero, mas a vontade, o impulso, grita-me por dentro dos ouvidos, só o consigo calar dizendo-lhe, com a calma da razão, que se alguém quisesse estar ao meu lado, do outro lado da minha voz, estaria. Se eu estivesse entranhada no lado de dentro de alguém, estaria.  Se não está, se não me sabe, nem quer saber, não tenho vontade de ouvir voz nenhuma. Ao meu lado não está ninguém, ou estaria. Saberia que hoje ao fim da tarde teria vontade de ligar e falar. Simples. Não posso querer falar com quem não me quer saber. Claro. A vontade cala-se, mas esperneia. Eu fico quieta. Calada.
Boa Noite.
(que traga um bom dia... que não traga mais coisas más e tristes,
 e nos ensine a lidar melhor com as que temos... se não for pedir muito...)