(...) os naufrágios são belos
sentimo-nos tão vivos entre as ilhas, acreditas?
E temos saudades desse mar
que derruba primeiro no nosso corpo
tudo o que seremos depois
«Pago-te um café se me contares
o teu amor»
José Tolentino de Mendonça
[...se me contares o teu amor, se me ensinares o que eu já sei e não quero saber que sei. Não contes nada, fala-me em beijos desse amor que tens, explica-me o amor como se eu não o soubesse já, como se eu não soubesse do café amargo que me fica na boca cada vez que me contas do teu amor. Os naufrágios são belos, mas não o que seremos depois deles... Dou-te o resto duma vida, se me beijares o teu amor inteiro e me salvares do teu naufrágio.]