Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

23 agosto 2014

Pretty much so...
Sou uma malcriada... é o que é!!
...ou isso, ou dou o tratamento conforme o comportamento... 
...uma das duas deve ser...
E hoje, hoje, agora desde há pouco, estou naquela ultima frase...
Há dias assim!!
"Este é o momento, estou certo. Nos dias em que estive alegre, sempre me enganei, sempre acreditei no que não sou, na vida cor de rosa, etc. Nas noites em que me senti tão mal como que para chorar aos gritos, não chorei aos gritos, mas silenciosamente, tapado com a almofada. Mas aí também se exagera. Não se pode ser lúcido com o peito inchado de angústia ou desespero."

Mario Benedetti, in Obrigada pelo lume

[grande verdade, a angústia e o desespero não deixa a lucidez ver nítido. Absorve todos os sentidos, todos os sentires e abafa toda a razão, apaga todos os raciocínios bem intencionados de ordem. Talvez a sabedoria seja deixar passar a angústia e o desespero, reconhecer a sua ausência consciente,  para deixar a lucidez analisar e decidir.
E depois, o que se decide com lucidez não se duvidar, mesmo quando o desespero e a angústia nos faz faltar o chão e o ar, porque aí, decide o desespero o contrário da lucidez. E anda-se assim tempos sem fim.
E isto faz-me reformular: o que mais nos mostra o que realmente queremos? O que decidimos lucidamente, ou o que o desespero, no seu turbilhão, nos mostra? Se a lucidez assenta na razão e na calma de conseguir pesar e pensar, o desespero alimenta-se e encarna o medo extremo. O que é mais verdadeiro, maior? Não sei, não sei mesmo, porque o medo, o medo extremo do desespero, como todos os medos, serve para nos proteger; para ser tão intenso é porque protege alicerces fundamentais. Mas o medo, se nos protege do mal também nos protege de todo o possível bem que não chegamos a permitir possível. A lucidez raciocina demais e sente de menos. Algures no meio, onde se encontre uma lucidez sensível estará o melhor para nós.
Eu ainda estou no pós-desespero que queima. ]

... Mesmo!!
É tão bom sentir-me livre apesar de tudo, dever sentir-me livre. Nada me prende, ninguém me tem presa, ninguém me quer presa a si, e isso dá vontade de ser realmente livre, ninguém nos querer prender daquela maneira boa, que é estar presa de livre vontade, e com muita vontade... Vontade só de um lado não conta e percebemos que a ligação não existe, nunca existiu, ainda que a sintamos, não queremos sentir, queremos ser livres dela, porque só a nós prendia, só a nós tocava... E uma ligação tem sempre dois pontos que se unem, se não tem, não é ligação, é vontade ou outra coisa qualquer, e o álcool pode ajudar....
Boa noite.....