Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

13 março 2012

E hoje, dia 13, foi o dia em que desistiram de mim.
É estranho ser-se desistido, valer tão pouco, que é tão pouco dificil de se desistir. De dizer não, não quero, não vou. Não vales o esforço.
É talvez melhor sabê-lo. Porem-nos os pés no chão com a violência dum esticão que estatela toda uma ilusão numa parede em que nos reconhecemos desfeitos, desmembrados, irreconhecíveis. Onde nos roubam os amanhãs, onde nos oferecem a crueldade de não termos sido nada, quando ainda agora éramos feitos de sonhos de esperança.
Que todos os ontem que passaram não foram nada, não restou nada, a não ser um enorme vazio sem amanhãs. Que o passado é passado que passou, foi tempo que me cilindrou e me deixou desfeita, desmembrada, irreconhecível, até para mim. Onde é que me vou buscar agora? Se ontem não foi nada e os amanhãs me foram roubados, só resta tempo sem vida que tem de se viver ainda.
O pior é saber que tem de se sobreviver, quando não se percebe para quê.