Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

31 julho 2014

...isso, isso!!
E muito e muitas!!!
bahhhhhh
(e agora vou, que hoje já chega.... estou cansada e cheia de fome! )



...estou   de - rre - a - da!!!!!

Irra, que o dia hoje foi duro, também só me apetece tirar os spatos e ir para ao pé de água, mar preferência...
Dias loucos, mas que ao menos não nos deixam pensar nem parar, ou queríamos que não deixassem, enfim... há coisas que nem na maior confusão deixam de nos invadir e tomar de assalto, mas têm pouco tempo para se deixarem ficar .
Mas ao fim de um dia como hoje concluo que os homens são mesmo uns cachopos, e que devem pensar que toda a gente tem de ser mãe deles, eles fazem merd@ e estão à espera que, como somos mulheres, lhes perdoemos ou sejamos flexíveis, quando percebem que não é assim, e que há quem não ceda... espantam-se. Depois somos umas cabras... até já estou habituada, para outros é foleira e estrábica e mais não sei o quê, além de cabra, estes até são meigos... siga! É a vida. 
De seguida toca a meter baixas fraudulentas, psiquiátricas quiçá (onde é que eu já vi/ouvi isto??)... Não querem fazer um determinado serviço, porque olha não apetece, querem escolher o que mais lhes convém, fazem birra, ninguém cede e então... bom, então, como muito bons portugueses que enchem a boca para dizer mal   deste, daquele e dos políticos, e da corrupção, e da desonestidade, e de serem roubados...  queixam-se do país, de nada funcionar, etc etc... mas é isto que fazem naquilo que está ao alcance de cada um!  metem baixa fraudulenta... e pagamos todos. E é transversal - desde as pessoas mais eruditas e cultas  à empregada de limpeza. É tudo igual... as pessoas não têm auto-critica? E vergonha na cara já agora, também não? E continuarão a dizer mal de tudo... enfim. 
Como se pudessem falar, como se não contribuíssem para a miséria de que se queixam...
Estou cansada!!! 
Muito e de tudo, não se consegue mudar o mundo nem as pessoas... eu sei, mas no que está ao meu alcance eu tento, pelo menos tento. 
(é por isso que me canso e ando exausta de tudo, principalmente das pessoas, principalmente dos homens... mas eles se aqui vêm é que vão gostar da foto, já sei.)



Será que ainda sabes ao que eu cheiro?
Eu ainda sei ao que tu sabes.
(Com esta frase às voltas na cabeça... Talvez durma agora... Depois de me livrar dela)
Até os beijos selvagens são coisa que me agrada, 
que sinto falta e que nunca precisaram de ser regados, só desregrados.  
Renovam-se, não precisam de estufas, precisam é de vida de desejo, de tesão, de vontade, 
e isso rega tudo, são as chuvas do dia a dia que os mantêm, 
porque querem continuar a existir, a viver, a ser. 
Gosto de coisas selvagens, meio selvagens, vá... pronto
(e havia quem volta e meia me chamasse fera, 
só podia ser daí porque de resto fiquei tão domesticada que dá para dar vergonha...)

Boa Noite, selvagem ou não.


"- Andamos a regar flores de plástico, é isso que fazemos. Temos coisas que não servem para nada. É tudo plástico. E nós regamos essas flores e esperamos que cheirem a coisas boas. Mas é plástico. Temos coisas, em vez de tentarmos ser felizes, substituímos a vida por plástico, a felicidade por plástico e o próprio plástico por plástico. Trabalhamos para regar uma vida destas."

Afonso Cruz

[...plástico, sim talvez... leio isto e pergunto-me qual é, ou foi, o meu plástico. O que andei eu a regar a pensar que era verdadeiro e afinal era plástico, era falso, não era nada. Será que então a minha felicidade era plástico também?... Não, não era, a felicidade não se falsifica, ou se sente realmente, ou não se sente, e eu senti. O que sentimos por verdadeiro é verdadeiro para nós, mas para outros poderá ser plástico. Se calhar é isso. Vejo muita coisa que me parece plástico, que me dizem plástico, mas será? Só quem realmente o sente saberá. Se não se enganar a si mesmo. E quem andar a regar flores de plástico e o sabe, porque o faz? Sabemos que o plástico não cresce, não vive, e se cheira é manipulado para isso, para cheirar a determinada coisa que parece bem, mas para quê? É mais seguro regar flores de plástico porque não morrem, porque na verdade tanto faz que se reguem ou não, porque serão sempre plástico, não passam a flores verdadeiras, selvagens no campo ou de estufa cheias de cuidados. Por muitos cuidados que se tenha com o plástico. 
Eu gosto de flores selvagens das que nascem sem se pedir, sem nada fazermos, mas que notamos quando passamos porque são bonitas, porque são reais, porque lutam para se manter. porque têm e representam vida. Gosto de flores do campo, não gosto de estufas e de demasiados cuidados, gosto do que é espontâneo, genuíno e cresce sem pedir licença, gosto do que surpreende e desafia a vida. Gosto dessa força, mesmo que seja frágil e incerta contra a força certa do plástico, que nunca muda e nada oferece. Só se vê, só parece, só serve para se ver e nada mais. Andamos a regar vidas para que se veja, para que nos vejam?? sempre na máxima beleza imutável, e entretanto deixamos passar a vida que é selvagem e sempre muda, sempre cresce, sempre luta, e às vezes morre, mas pelo menos viveu. Pelo menos viveu-se um dia. O plástico serve para os outros verem o que achamos perfeito e gostaríamos de ter, tanto que até regamos para nos enganarmos de que dali algo pode crescer. E entretanto morremos aos poucos porque não somos de plástico.]