Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

09 novembro 2014



A minha maneira de amar-te é simples
aperto-te a mim
como se tivesse um pouco de justiça no coração
e ta pudesse dar com o corpo

Quando te revolvo os cabelos
algo de lindo nasce nas minhas mãos

E não sei quase mais nada. Aspiro apenas
a estar contigo em paz e a estar em paz
com um dever desconhecido
que às vezes me pesa também no coração.

Antonio Gamoneda

[...paz. Uma noite de paz. Uns minutos de paz que duram noites inteiras. Noites que duram um vida inteira amputada. Paz. Amar é tão simples, olhamo-nos, colamo-nos, algo lindo nasce e algo nos faz esquecer de morrer.]

Boa Noite

(Ele para mim) - Que mania tem esta gaja de acabar as frases ou de avançar o desfecho das histórias pahhh!!!
(Ela, em defesa dos desfechos em tempo certo) - Olha lá, sabes os preliminares? Também sabes onde a história vai dar, não sabes? Mas não eliminas a fase dos preliminares pois não??
(Eu) -hummm... Tem dias...
Ihihihih
Que lua imensa e brilhante se vê no meio de duas chaminés duma casa que não é minha, mas onde me sinto parte da casa, de chinelos nos pés e conversa na ponta da língua. Podia dizer que tenho a cabeça feita em água, mas não é de água que se trata. Mas de vinho. Vinho comprado à tarde, em compras de supermercado que se partilharam como se partilhou o cigarro a seguir, com a vida toda dentro. 
E há coisas que gosto. Sei disso. Uma delas é fugir para aqui onde não sou da casa mas o coração se sente em casa, a alma sente-se perto, quase tanto como se sente que se podia pegar na lua e pô-la no bolso. Como aquela que vi no meio das chaminés duma casa que não é minha, mas a lua, essa, trouxe-a eu, ou pelo menos parece-me, porque está sempre onde eu estou, de nariz no ar a ver onde anda a brincar e quem anda a iluminar nas noites escuras...

Boa noite.