"perdoa minha falta de calma em querer, não só te olhar tranquilamente, mas querer apalpar tua falta de serenidade. Eu não sei só te olhar sem te consumir.
Eu insisto em não sorrir ao lembrar de você, mas é inevitável. Meu riso, por ti, tem um balanço com gosto de brisa no mar; e se torna mais frequente e nítido quando vejo o teu nervosismo ao falar comigo.
Menino, deixa eu tentar te ensinar o quão tangente é essa coisa estranha chamada sentir.
Eu só quero teu desassossego bagunçando a minha paz."
Carol Souza, Voraz.
[sim, perdoem a minha falta de calma se não te sei olhar sem te querer consumir, e isso consumir-me a serenidade e os quereres. vejo-te sair do carro, fixo-me no teu pescoço passando pela boca de que fujo, e penso no nervosismo que ainda me derruba quando te vejo e não te posso consumir à la carte e bel-prazer. é tão estranha esta tangente pesada que sinto por ti do sentir da pele e do sentir por dentro da pele. é que sinto tudo ao mesmo tempo, tudo igual, tudo junto. É um querer cheio de quereres diferentes, é uma serenidade que dá e uma inquietação que me dá, que sempre me deste. E agora quero separar tudo e ficar imune. Agora quero saber sentir por fora sem sentir por dentro.]