Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 janeiro 2012

Deram-me o nome de Eva, curiosa, fui ver o que significa:

"Nome Hebraico "hawwâh" - Significado: Viver.


Significa vida e indica uma pessoa voltada para o lar e para a família, faz questão de inventar e de percorrer seus próprios caminhos. Essa é a sua receita de felicidade. Tem tanto amor para dar, tanta compaixão que é capaz de passar a vida fazendo o bem para os outros, esquecendo muitas vezes que também precisa de receber ajuda e amor.


Eva é por natureza sedutora e possui a força embriagante chamada liberdade. Dinâmica, aventureira, corajosa e audaz, é dificil resistir-lhe . Gosta de arriscar aproveitando ao máximo o que considera as coisas boas da vida.

Frequentemente parece solitária e desinteressada, mas a sua lucidez diz-nos que apenas faz pequenas pausas, sempre na mira dos seus objectivos e dos seu ideais."
Quem me baptizou assim acho que não pensa que sou muito diferente do que aqui está... cheira-me...
Aqui há uns dias fui tomar cfé com uma amiga, anda meia desorientada da vida e não vejo que esteja a melhorar. Casamento com problemas há algum tempo, já havíamos falado e agora pioraram, porque onde o espaço se abre alguém aproveita. Foi o caso, apareceu alguém, alguém que a fez pensar, estremecer, interessar-se. Agora anda baralhada, não sabe que há-de fazer. Disse-lhe o mesmo que havia dito há tempos ainda antes deste extra conjugal, que tinha de ver o que queria da vida, da vida que tinha, se não lhe chega se não a preenche se não a faz feliz, tem de saber se quer tentar remendar o que tem ou começar do zero. Ninguém gosta de começar do zero, é sempre mais fácil quando já se tem uma alternativa de reserva, eu até percebo, acontece que se o que se tem não está bem ou se faz porque fique ou se acaba de vez com a coisa, independentemente de tudo o resto que haja. O que me parece é que quando surge mais alguém é quando a pessoa já não está na relação que tem, já não acredita nela, normalmente já passou pela fase do tentar melhorar e não melhorou, apenas continua a sustentar uma situação porque a alternativa de começar do zero não parece mais atractiva do que continuar como se está, pelo menos não se está sozinho. Entretanto e depois de toda esta conversa passaram-se mais coisas, ela envolveu-se mais, assustou-se, sente-se muito insegura em relação à nova pessoa que lhe surgiu no caminho, que é uma coisa muito fisica, demasiado fisica, e que sexo por sexo tem em casa. E foi esta frase que deu razão a estar a escrever, porque fiquei pasma com a frase. "Sexo por sexo tenho em casa" (o que me pasma é que parece que em casa também é sexo por sexo, andará toda a gente louca?ou eu é que sou louca?) Eu até percebo  a lógica se é só para sexo, isso não lhe falta em casa, se não há mais valia para quê ter outra pessoa? Então perguntei-lhe, "então se não é por sexo porque isso tens em casa alguma coisa deves ter nessa pessoa  que não tens em casa, estás apaixonada? Não, nada disso, longe disso, este homem não é a minha praia. Já teve mulheres a mais, é giro demais e é areia demais para a minha camioneta. " Aqui tive de me rir por dentro. Mesmo, mas continuei, "mas se não é a tua praia, se tens essas inseguranças todas, acabou? Acho que sim. Achas? Se é só sexo e não estás apaixonada, porque é que só achas? Não estarás já apaixonada só não queres admitir porque tens medo? Não, não estou. Isto nunca daria nada e só sexo não quero." Pronto está bem, eu não argumento, porque não vale a pena e não quero incentivar uma coisa que pelo que me pareceu do que ouvi, do outro lado parece-me mesmo só sexo, do dela é que acho que é só negação, mas o tempo dirá.
A questão aqui é que não conheço nenhuma situação em que uma mulher, ou mesmo um homem, não se envolva fora da relação que tem se a relação que tem o realiza, o nutre do que cada um precisa. Nunca se acaba uma relação porque apareceu uma outra pessoa, a relação já tinha acabado antes, pelo menos na sua forma abstracta, ainda que as pessoas possam continuar juntas, algo na relação abriu uma fenda que com o tempo e as quezilias do dia a dia foram abrindo e abrindo, até dar espaço para os olhos começarem a olhar em outras direcções e a ver o que se lá passa. Só que nunca ninguém resolve as coisas por não estar bem, ninguém (ou muito pouca gente, infelizmente) diz basta na altura certa, deixam as coisas arrastar e tentam ignorar o problema que só vai adensando e tornando a solução cada vez mais dificil. Deixam passar, não dizem não a isto nem aquilo que os chateou, empurram com a barriga, o problema subsiste e um dia, só mesmo dando um murro na mesa. Quando o dão, quando não dão entra-se muitas vezes numa guerra surda feita duma paz podre, que dá origem a uma revolta interna a uma raiva silenciosa contra o outro, que mais dia menos dia terá as suas consequências, muitas vezes essa consequência é aparecer alguém. Quando não se resolve a doença, o foco do mal, e vamos tomando placebos de vários tipos, vamos repetindo os mesmos erros, não eliminamos o mal. Por isso tanta gente faz da traição um modo de vida. Cada traição um placebo, o casamento a doença que têm medo de curar.