Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

02 setembro 2010

Não, não percebes, eu sei.
Não percebes o que digo, não percebes o que se conjugou para dar o que deu.
Se calhar nem sabes o que deu.
O que me deu.
O que eu sinto por dentro.
Não chegas lá.
Porque não sentes e porque não se explica,
Não se explica o labirinto em que me perco,
Em que me abandono de mim, para te encontrar
E me encontro sem me entender.
Não percebes as saudades que ainda são depois de terem sido.
Não percebes as saudades que já são antes de o serem. E tanto.
Não percebes como se tentam matar saudades atrasadas.
E ao mesmo tempo as já antecipadas
Só se pode entender por dentro, sentindo.
E tu nunca vais entender, e vais fugir-me.
Por isso a ansiedade de ti
Por isso a vontade de nós
Deste nós que nunca me chega
E a que nunca chegas