Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

29 maio 2015

...estou exaustaaaaaa....
Doem-me os olhos, alguém me colou os ombros às orelhas por dentro, ou pelo menos assim parece,
preciso da luz quente do fim de dia a distender-me os ossos e as vontades, escorrer sorrisos como sumo de fruta apetecida e madura.... 
Vou-me, quero pelo menos o caminho entre aqui e o fim de semana, este espaço vazio de tempo, feito em estrada lenta, com música de fundo e olhos por trás dos óculos de sol. Fazer deste tempo um  espaço entre cá e lá, entre o ser e o ter sido, em que estendo sem cerimónias as vontades que não cumpri, nem cumprirei.



Hoje parece que tudo o que não tem preço não tem valor.
Se a hipocrisia fosse felicidade, esta sociedade era de topo!!
... pronto era só isto.
Estava só com vontade que me tirassem daqui, ou que me dessem por companhia e par alguém que entendesse o que digo, que me entendesse .... e já agora que, além de entender, fosse um pouquito mais além...

Bom Dia
Estava aqui a fumar o último cigarro da noite a olhar para a rua que desceste vezes sem conta, a pensar em todas as vezes que aqui sentada pensar nisso me doía, me apertava a existência, o ver-te descer a rua e nunca teres olhado para trás. Sempre que me deixavas não olhavas, sequer, para trás, nunca olhaste. E eu sempre aqui estive para te ver descer esta rua aqui à minha frente. De todas as vezes que fechava a porta atrás de ti, eu ficava cá para te voltar a ver descer a rua. Penso nisto agora, aqui, e já não me dói, não por que não goste de ti, mas porque não te quero mais ver descer a rua depois de fechar a porta. Não quero, e já não dói porque ver-te anos a fio a deixares-me doía muito. Agora não tenho de ir janela para ter a certeza que não olhas para trás, que nunca olhaste. Estou eu embrulhada na manta destes pensamentos e todas as luzes da rua se apagam, e eu, automaticamente, sorrio, porque as luzes apagaram-se para, de repente, a lua se acender mais. Iluminou tudo, a luz da lua na mais profunda escuridão é muito mais bonita e luminosa. Já não me dói não te ver descer a rua, porque não fechei a porta atrás de ti comigo dentro. Nunca olhaste para trás.
...Sim, provavelmente o mais difícil de saber que se sabe, porque se sabe que só se sabe por se sentir isso como se se soubesse de fonte segura e provada. Mas não há prova, e quando não há prova, não há verdade nem mentira, nem facto, há o que se sabe sabendo que não se sabe nada, mas sentimos que sabemos, que, não se podendo provar, é o mesmo. 
Pois... Eu bem disse que era difícil... 
...Mais do que termos sido felizes, mas pronto...

Boa noite