Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

26 outubro 2015

. . . -te

Olho e encaixa:
Ler-te
Ver-te
Ter-te
Dar-te
Ato-te
Amo-te
...
Mas a primeira que leio 
Que a minha boca diz
Para dentro 
da alma que já nao ouve,
não é nenhuma destas é
Sou-te
Que a razão, abananada,
logo abana pela raiz desfeita
E o tempo, 
presente mas incerto, 
corrige e duvida entre
Fui-te
Era-te
Sem saber do passado
Se perfeito
Se imperfeito.

... Devia estar pendurado na minha porta. Hoje estou com um requintado mau feitio (até o mau feitio é requintado hein?? Que maravilha eheh), mas sou tão boazinha que aviso (sou uma boa alma, é o que é...).  Menos a quem respondi agora a uma mensagem, não o avisei, mas acho que vai perceber depressa, compensando rapidamente a falta do aviso pendurado. Digo eu, sei lá. Há pessoas que fazem que não entendem. Às vezes têm sorte, o mau feitio há dias em que até passa depressa. Pode ser que este tenha sorte...

Então mas eu ando parvinha e ninguém avisa? Hoje quando chego ao carro e vejo a hora e quase salto do banco porque estava tramada se fossem aquelas horas... é que percebo que mais uma vez troco sempre esta coisa das horas e não perdemos uma hora, ganhámos uma hora!!... Ora mais uma vez deve ser o destino, porque entendendo tudo ao contrário lá deixei a oportunidade escapar!!... bolas!! e ninguém avisa?? obrigadinho, hein? Ontem quase não saí de casa, e os relógios lá de casa todos tão espertos e automáticos acertaram-se sem que se dê conta se foi para a frente ou para trás... são tudo sinais, é o que é, pequenos e fatais já dizia o outro. A fatalidade de não se saber às quantas se anda, a fatalidade de andarmos a vários tempos porque afinal o tempo anda para trás de vez em quando; a pequena fatalidade de não sabermos qual, na verdade, é o nosso tempo, a nossa hora, o nosso momento. Podemos deixá-lo passar. Eu este fim-de-semana deixei passar uma hora sem dar por ela... quantas mais coisas terei deixado passar? Quantos tempos em espera, quantos tempos que não me esperaram? O tempo, o tempo, dizem que não anda para trás e que todos os dias têm 24 horas. Enganam-se, ou esquecem-se. Nos últimos dias as duas coisas se provam erradas... ou talvez não.