Se cada escolha significa uma renúncia, não está em tempo de pensarmos melhor sobre nossas perdas? Em pensar menos no volume, na quantidade, e mais na qualidade daquilo que estamos escolhendo? Vários colegas ou um bom amigo? Várias risadas forçadas em uma festa ou uma noite com risadas sinceras de doer a barriga? Muitas transas vazias ou poucas transas com possibilidades do aconchego do depois? Que tal menos ‘doer’ e mais ‘doar’?
Não estou dizendo que devemos deixar de fazer outras coisas triviais. Não devemos ser sérios sempre, nem filosóficos sempre, nem ser altruísta sempre – mas aprendi que a vida nos da dois caminhos de aprendizagem: o da dor e o do amor. E enquanto eu puder escolher, fico com o segundo, ainda que pareça que ele dói às vezes, o caminho do amor é sempre a melhor opção. E já que não temos escolha sobre a morte, que ao menos a gente possa escolher as possibilidades que deixam a vida mais leve. Daqui a gente não leva muita coisa mesmo."
Apanhado aqui.
[Tema já recorrente aqui no tasco... as escolhas, o cada sim ter o seu não equivalente, o cada não ser um outro sim noutro sentido. No fundo o que diz Jô Soares: "escolher é perder sempre." É isso, para escolher o que queremos ter, o que queremos agarrar e viver, temos de escolher o que perder, a alternativa de que abdicamos. Ver o que mais valorizamos, o que mais nos poderá fazer felizes. Que felicidade escolhemos, afinal. Mas é sempre uma escolha, sempre. Escolham bem. Nunca se sabe quanto tempo temos para corrigir os erros que poderíamos não ter feito. O mundo gira, às vezes até pode girar na nossa mão, ou parecer, mas não volta atrás, nem pára de girar.]