Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

28 outubro 2010



- A Eva beija como se gostasse...
... como se gostasse tudo num beijo.
[é nestas alturas que eu dou graças a deus pelos copos a mais que fazem dizer estas coisas...]

24 outubro 2010



"You, you still have all the answers
and you, you still have them too
and we, we live half in the day time
and we, we live half at night
(...)"

21 outubro 2010


À musica faltar-lhe-ia o tacto
À imagem, a terceira, quarta e quinta dimensão
Ao toque faltaria a essência do cheiro
Ao cheiro faltaria textura
O brilho dum olhar não chegaria
Todas as palavras do mundo não conseguiriam descrever
Que às vezes o mundo pode caber numa cabeça de alfinete
E outras em que não há lugar no mundo onde a cabeça de alfinete caiba
Apenas a memória abarca tudo
Recordações com cheiro, tacto, paladar e banda sonora
Com emoções como linha que tudo liga
Que a tudo dá sentido
E que um alfinete prende

18 outubro 2010



There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy
And sad of eye
But very wise
Was he

And then one day
A magic day he passed my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
“The greatest thing
You’ll ever learn
Is just to love
And be loved
In return”


We can talk in circles
Going round in a million ways
And never understand

17 outubro 2010



What a lovely way to burn...


Maybe thtat's the reason...

Quando nos ligam a dizer que precisam de nos dizer uma coisa, e dizem que tomaram uma decisão, que dizem definitiva, parece que algo não encaixa, soa-nos a estranho pela maneira que nos é contado, mas o que é certo é que o dizem, e dizem-no definitivo, mas pedem espaço e tempo, não nos querem ver nem falar. Assim é.
Horas depois essa decisão definitiva torna-se, não só não definitiva, como contrária. Nem por um momento se pensa na pessoa a quem se transmitiu a suposta decisão, nem por um momento se pensa que se lhe foi transmitida em determinados moldes, era porque afinal alguma coisa tocava a essa outra vida. Não, nada, não teve, nem tem importância alguma. E isto sabe-se quando, vários dias depois, se pergunta como está tudo, porque nos apartaram da vida, nos excluiram dela e do que nela corre, a resposta é não tenho nada para dizer, não vou dizer nada agora. Consistente de facto, obviamente a pergunta é uma intrusão, mas mais à frente na conversa, afinal fica-se a saber que a decisão definitiva, com a qual deveria ter a ver porque foi transmitida e pedido afastamento, foi mudada, mas aí, já sem nada a dizer ou anunciar com pompa e circunstância.
Realmente eu não devo ser deste mundo, porque não percebo esta gente que me rodeia, não percebo como podem achar tão pouco das outras pessoas que lhes querem bem e que nunca as desconsideraram assim. Talvez não se apercebam, mas se pensarem, apercebem-se de como as pessoas são tão egoistas, tão à volta do seu umbigo, que se esquecem que existe o resto do mundo, e algumas pessoas em cujo mundo entram, mas só quando lhes dá jeito, porque elas se dão, sem pompa ou circunstância.

14 outubro 2010

Gostava de acreditar quando diz que precisa de mim, para dormir, para se sentir em paz, para conversar, para dar um aolá, mas não consigo, não acho que precise de mim para nada. Mas percebo algumas coisas, a necessidade quando satisfeita cria uma habituação cómoda, trocam-se necessidades e a vida vai passando sem necessidade premente de nada. Este tipo de troca deve ser prática, e cria uma dependência funcional donde não há vantagem em desintoxicar, porque tudo está bem. As pessoas precisam-se mutuamente para as coisas mais prosaicas, e então dá jeito ter ali à mão quem está ao pé. E assim podem-se levar vidas desligadas mas dependentes, porque é chato deixar de ter à mão quem nos dá jeito, quem nos dá um jeito às necessidades. De facto eu prezo a minha liberdade e a minha independência e o não precisar de ninguém para fazer o que quero, é que eu preciso dos outros para ser quem sou, para viver bem, para partilhar, mas não para trocar, não, eu dou assim tu dás assado, tu fazes-me isto porque eu te fiz aquilo.
Por isso as mulheres aparentemente fortes, independentes, com necessidade sim da sua liberdade e do seu espaço, e que não precisam de homem para fazer o que lhes apetece são encaradas com desconfiança, porque a ligação com base na necessidade, numa certa subjugação, não existe, ou aparenta não existir, o que cria uma imensa insegurança. Hoje em dia as mulheres já não são dependentes do homem, nem financeiramente nem em qualquer outro aspecto (nem mesmo para mudar lampâdas, que aquilo não tem instruções mas é bastante intuitivo), e a única razão porque deveriam estar juntos era não porque são dependentes um do outro, mas porque querem e gostam de estar juntos. Têm prazer nisso, porque estão muito melhor do que com qualquer outra pessoa, ou até mesmo sozinhos, mas em que não servem apenas para preencher a solidão.
Ele não precisa de mim, e eu não preciso dele para adormecer, não preciso dele para comer, não preciso dele para sair, mas preciso dele, muito, para fazer tudo isto muito melhor, para me sentir muito melhor, mais completa, preciso dele para fazer a vida valer a pena, porque essa no fim não se troca.

Gestos que não se têm
Palavras que não se dizem
Um beijo para que não nos inclinamos
O abraço que não damos
Sentimentos que esquecemos de sentir
Distâncias que lembramos de alongar
Tudo fora do lugar
Tudo guardado, fechado, escondido
Negado,
Tão negado que se torna imenso no existir
Fingindo não ser
Pesa-nos o ser
Sonhando não querer
...com quem as conversas inevitavelmente resvalam para a parvoeira, divertida umas vezes, atrevida outras, de picardias de parte a parte e muitos risos à mistura. Conversas salpicadas tantas vezes de mimo e envolvidas em saudades que se procuram esquecer ou substituir por presenças ausentes, mas faladas.
E depois desliga-se, liga-se o modo lúcido e vemo-nos caídos de novo no mesmo remoínho que não controlamos, onde não sabemos como ou onde entrámos, e não sabemos como sair. E apesar de tudo isto, voltamos a dormir bem, finalmente o sono novamente restabelecedor e o espírito mais leve, embora sempre desconfiado do que espreita na próxima curva do tempo. E tem-se medo de tudo outra vez, de saber que se vai passar, algures num futuro perto, tudo outra vez. O vazio, o escuro, o silêncio, o peso dos dias e da vida nos olhos a quererem-se fechar.

12 outubro 2010

-Está a ver para que serve uma cerveja? Para impedir coisas rápidas demais.
-É. Tipo limitador de velocidade...

10 outubro 2010

>>Ja te disseram hoje que es linda e maravilhosa? :)
>> Beijos
Não, mas soube bem. A intenção soube muito bem.

- Não, neste caso é só mesmo bem-me-quer, mal-me-quer.
-ahahah.. esta miúda tem piada, tem cada uma! Tonta.
A minha cabeça
Um emaranhado de nós
Nós cegos
Nós apertados
Nós deslaçados
Do desfeito nós

Traz-me a alma numa casca de noz
A memória da sua voz
Esmaga-me o eu entre pesadas mós
E desfaz-me em coloridos pós
Dum só nós
Cujos nós não quis apertar

09 outubro 2010



Hoje só dou música, estou assim, pronto!
Beautiful



Here we are, finally together
holding close, never release this feeling, this moment, my dream is now
I'm loving you,
cause you're beautiful, something in your eyes tells me I have found
love that never dies
I don't have to dream
reality is beautiful in you
I never felt more true
there you are
finally the answer
take my hand
never release the sweetness, the magic, and hapiness I've found in you
...

08 outubro 2010

...and in my heart.
Gosto quando as minhas costas fazem de piano para as suas músicas cantadas em silêncio pela minha pele, que como que encantada as prende, não saem. Encontram o caminho certeiro rumo ao coração, e lá se alojam, sem qualquer autorização da dona.
- As coisas melhores de tocar sabe o que são?
- Não!!.....
- A sua pele e as patinhas dos gatinhos bebés...
[lembrei-me quando vi a foto, já não me lembrava disto, e acho que havia outra hipotese de que não me lembro, bolas!!]- é isso o focinho dos cavalos. Não sei porquê na altura a coisa soou melhor.... :)

Will you still love me tomorrow


Já agora, e hoje e nos outros dias?...

07 outubro 2010

-Whaaaaaat??? O que é que foi??? Está a olhar para mim porquê?
-Porque gosto. Não posso?
-(#%#/&%) Pode.
- Pare de se rir com essa cara de parvo, já percebi que ela era gira, pronto, escusa de inventar, é que eu estou de costas mas sei que se está a rir engraçadinho.
- eheh...como é que sabe essas coisas?

06 outubro 2010

Apetecia-me falar consigo.
Sim, consigo, este post é para si, não sei quando ou se me vem ler, mas suponho que de vez em quando me espreite para tentar perceber como estou. Não sei o que entende do que aqui vê, que deve ler em diagonal, que o tempo é pouco, eu sei, sempre foi (e eu escrevo para xuxu, não é?). Mas não se preocupe, é aqui que ponho tudo o que de mais sombrio me assombra, o que mais me entristece, é onde me refugio do dia a dia que tem de ser, ou tentar ser, normal. É preciso, para conseguir algum equilíbrio minímo, para me ir levantando todos os dias, mesmo quando as noites não são dormidas como devem. Se lê alguma coisa do que aqui vai há-de perceber que me tento agarrar ao que posso, tento racionalizar-me das minhas razões e não das suas, porque não consigo encaixar as suas na minha visão do mundo, e então obrigo-me a olhar para tudo, para o que foi e o que se passou, pelos olhos dos sentidos, do que há, do que se vê, do que se ouve, e tento calar tudo o resto que me grita coisas que sinto mas que são incompreensíveis à razão.
Não sei o que tudo isto foi para si, sei o que foi para mim e o que senti, o que senti até de si, em si, do que parece tantas vezes ter sentido quando revivo na memória tanta coisa boa que foi, mas tento apagar essas sensações, esse pressentir o que sentia, porque não encaixa no fim que deu à história Tenho de perceber o fim para o processar, e para isso não posso acreditar senão no que se vê e ouve, e esquecer os sentidos que sentem mais, mas que nunca justificariam a história assim, mas precisamente ao contrário. Não foi o que aconteceu, não foi o que ouvi e o que me deu a ver. Tudo isto para lhe dizer que estou melhor do que pareço, que não se preocupe, que se preocupe consigo e com o fazer as pazes com a vida, com a sua vida, para que possa aproveita-la o melhor que pode e escolheu. Eu continuarei por aqui, a equilibrar as ideias e os sentires e a conversar consigo, sem falar e sem si.

05 outubro 2010

-Está-me a encher de mimo, sabia?
-...Não, não sabia... :) nem sei como é que se faz isso pelo telefone...mas tenho de aprender que isso parece-me uma coisa útil...
[podia-me ter explicado como é que consegui fazer isso :), lembro-me tão bem de ouvir esta frase, que a oiço ainda, e sei perfeitamente onde eu estava e onde ele estava quando a disse]
-Incrível.
-O quê?
-Como foi preciso chegar a esta idade para ver que há na realidade coisas, que dantes pensava que só em sonhos.
-E só, só em sonhos é que são possíveis, na realidade não. Na sua e na minha, não.

04 outubro 2010


- Pare lá com isso e fale comigo agora.
- Mas eu não estou a fazer nada...
- Está está, pare de olhar para o monitor e fale comigo.
- ahahahah, como é que sabe?
- Porque sei, não discuta comigo.

03 outubro 2010

O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.

O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.

Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.

O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.

São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.

E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.


Carlos Drummond de Andrade, in 'Amar se Aprende Amando'
Ninguém pode dizer que gosta, que nos quer, e ao mesmo tempo dizer-nos que é impossível, que não pode ser. São duas afirmações demasiado antagónicas. Não me querem perder, mas não me querem na realidade para nada. Não me querem perder, mas não me querem, não lutam para não me perder. Deixam-me fugir, não esboçam sequer uma ligeira vontade de não me deixar ir, deixam apenas a leve impressão de que preferiam que não fossemos, mas não se mexem, não saem do lugar, e depois insinuam que sofrem muito. Talvez. Mas então devem gostar.
Eu é que sofro e não gosto, e não posso fazer nada, não sei lutar contra moínhos de vento instalados em cabeças, que na verdade não posso mudar, nem quero, porque fazem parte dele, dessa estranha maneira de ser, e é essa maneira estranha que eu gosto, que me prende e me afasta, que me afastou. Não o quereria mudar e não se obriga ninguém a ver os verdadeiros moínhos de vento.

02 outubro 2010


-Então e ele era giro?
-Não, não era nada de jeito...
-Ahhh então foi por isso que não lhe deu o numero!!
-Foi, claro, foi por isso foi, mas ele tinha um rabinho muito jeitoso...
-A mim nunca me disse isso!!... eu não tenho um rabinho jeitoso???
[ihihih apanhado, tão bem apanhado :)]


Change your heart
Look around you
Change your heart
It will astound you
I need your lovin'
Like the sunshine

Everybody's gotta learn sometime

(...)

[eu já aprendia já...]

01 outubro 2010

-Nunca percebi como é que esses sapatinhos de princesa não saem dos pés!!
-É porque não são de princesa...
Para ver se desembrulho a minha de ti. De nós.