Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

01 maio 2012

Estava para acabar o blog ontem, porque nasceu numa altura em que a vida se me baralhou no coração, ou talvez o coração me tenha baralhado a vida, e quando me falta o chão preciso de escrever, de traçar um caminho de letras que me sirva de mapa para fora de mim. Passado pouco tempo percebi que estavas definitivamente em mim, e passou a servir para falar-me de ti, ou contigo sem ti, depois passou a ser uma comunicação à distância com o pano de fundo do silêncio, que tantas vezes me ensurdeceu, e depois, depois não sei, foi uma espécie de diálogo sob um véu com que me cobria.
Agora não sei.
Sei que falo sozinha ainda e sempre, contigo e sem ti.
Como quando me disseste que eu passava noites a escrever sem ti contigo, ou contigo sem ti.
Aqui, só eu e a Lua,
a romper-me pela janela
a corromper-me a pele de luar
a interromper-me o ar fechado

Esta tua Lua
Rompe-me as memórias,
corrompe-me a alma,
interrompe-me a tua ausência.

Aqui onde estou sentada,
Só ela e  eu,
de alma rota
por ti corrompida
na respiração interrompida
de quando aqui,

só eu, tu e a Lua.

Boa noite
[agora posso dizer tudo o que tu não vês]