Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

31 maio 2015

(foto @ryanmuirhead)

CARPE DIEM

Confias no incerto amanhã? Entregas
às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma
substitua o riso claro de um corpo
que te exige o prazer? Fogem-te, por entre os dedos,
os instantes; e nos lábios dessa que amaste
morre um fim de frase, deixando a dúvida
definitiva. Um nome inútil persegue a tua memória,
para que o roubes ao sono dos sentidos. Porém,
nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias;
e abraças a própria figura do vazio. Então,
por que esperas para sair ao encontro da vida,
do sopro quente da primavera, das margens
visíveis do humano? "Não", dizes, "nada me obrigará
à renúncia de mim próprio -- nem esse olhar
que me oferece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes,
se confunde com a brevidade do verso.

Nuno Júdice

[o incerto amanhã tornou-se, para mim, tão certo como certa é a loucura dessa certeza, para mim tão errada. Ou talvez não, talvez não seja errada, e um dia eu o perceba sem mágoa. Talvez, isso é incerto.]
"gosto de acordar. mas gosto mais de acordar ao teu lado.
engraçado, como se desvaloriza o acordar, sendo no entanto um dos momentos mais sinceros entre duas pessoas. mesmo as que acordam mal. porque é quando se acorda que se é mais puro, mais transparente. entre cabelos despenteados, preguiça no corpo e pele amassada, é nesse momento que se é verdadeiramente bonito para quem se gosta. porque é quando se acorda que se dizem as maiores verdades, às vezes mesmo sem falar. especialmente quando não se fala. por exemplo, quando se foge da cama, entre pressas, desculpas e fugas repentinas. ou, pelo contrário, quando apenas se fica lentamente a sentir o outro, ali ao lado, próximo. porque o primeiro abraço, o primeiro olhar, o primeiro beijo, nunca enganam. dizem tudo da união que ali se vive. tão simples.
gosto de acordar. mas gosto mais de saber acordar-te.
porque o saber acordar quem gostamos implica uma intimidade grande. um respeito mútuo no momento mais cru da nossa personalidade. ali, os botões ainda estão meio desligados: o botão da simpatia, o botão da boa disposição, o da vontade, ou de coisas simples, como o botão da capacidade de se deixar tocar. acho mesmo, que a evolução de como se acorda é o verdadeiro avaliador de uma relação. a forma como se encaixa, se molda, se aprende a gerir. uns dias mais carinhosos, outros dias mais práticos. umas manhãs em que se ama, ou outras em que o melhor é mesmo nem falar, apenas dar espaço. mas é esse equilíbrio, essa capacidade de fazer da manhã sempre um momento bom, ou, pelos menos, um momento nosso, que prova muito do quanto se quer. 
gosto de acordar. mas gosto mais de acordar na tua pele.
perfeito, o primeiro toque do dia ser o calor da tua nudez na minha. quase ritual, encosto-me mais perto nas tuas costas, aperto um pouco o abraço, e respiro no teu pescoço. o teu corpo mexe aos poucos, junto ao meu. abres um olho devagar, suspiras, olhas-me por cima do ombro. e sorris, ainda em silêncio. digo-te bom dia de voz baixa, dou um beijo demorado, entre carinho e protecção. e quando estás bem, rodas o corpo em modo câmara lenta, enquanto me empurras para o meu lado da cama. pedes-me o peito e pousas a cabeça - entregue. e ali ficas os poucos minutos até acordarmos de novo. são os nossos minutos mais sinceros. em que se diz tudo, em silêncio. entre cabelos despenteados, preguiça no corpo e pele amassada, é nesse momento que és a mulher mais bonita para mim. tão simples..."

(Momentos daqui)

[acordando assim valeria a pena acordar... Estou farta de acordar e o mundo continuar de olhos fechados, ou eu continuar sem ver nada, nada para que valha a pena abrir os olhos. As noites todas iguais, umas atrás das outras, os dias sempre na mesma. Acordar é, nos últimos tempos - há tempo demais - uma repetição vazia. Às vezes apetece acordar da vida, mas se acordássemos com momentos como estes acordávamos com vida, em vida. Valeria a pena acordar.]

Bom Dia
... Noites lentas que passam rapido, 
Noites que deslizam sobre carris,
Correm depressa em movimentos lentos,
Ritmos perfeitamente encaixados 
Partilhados, não comandados,
Tocam-se, aderem-se, fundem-se
Numa viagem sem destino marcado.
O único destino é saborear a viagem
dos tons, sons, sabores e toque.
Tudo nos agarra e nos leva para longe de tudo, 
para onde a alma foge do mundo e se encontra inteira,
se agarra, se toca e se sente.
Viagem divina, passeio mortal

Boa noite

29 maio 2015

...estou exaustaaaaaa....
Doem-me os olhos, alguém me colou os ombros às orelhas por dentro, ou pelo menos assim parece,
preciso da luz quente do fim de dia a distender-me os ossos e as vontades, escorrer sorrisos como sumo de fruta apetecida e madura.... 
Vou-me, quero pelo menos o caminho entre aqui e o fim de semana, este espaço vazio de tempo, feito em estrada lenta, com música de fundo e olhos por trás dos óculos de sol. Fazer deste tempo um  espaço entre cá e lá, entre o ser e o ter sido, em que estendo sem cerimónias as vontades que não cumpri, nem cumprirei.



Hoje parece que tudo o que não tem preço não tem valor.
Se a hipocrisia fosse felicidade, esta sociedade era de topo!!
... pronto era só isto.
Estava só com vontade que me tirassem daqui, ou que me dessem por companhia e par alguém que entendesse o que digo, que me entendesse .... e já agora que, além de entender, fosse um pouquito mais além...

Bom Dia
Estava aqui a fumar o último cigarro da noite a olhar para a rua que desceste vezes sem conta, a pensar em todas as vezes que aqui sentada pensar nisso me doía, me apertava a existência, o ver-te descer a rua e nunca teres olhado para trás. Sempre que me deixavas não olhavas, sequer, para trás, nunca olhaste. E eu sempre aqui estive para te ver descer esta rua aqui à minha frente. De todas as vezes que fechava a porta atrás de ti, eu ficava cá para te voltar a ver descer a rua. Penso nisto agora, aqui, e já não me dói, não por que não goste de ti, mas porque não te quero mais ver descer a rua depois de fechar a porta. Não quero, e já não dói porque ver-te anos a fio a deixares-me doía muito. Agora não tenho de ir janela para ter a certeza que não olhas para trás, que nunca olhaste. Estou eu embrulhada na manta destes pensamentos e todas as luzes da rua se apagam, e eu, automaticamente, sorrio, porque as luzes apagaram-se para, de repente, a lua se acender mais. Iluminou tudo, a luz da lua na mais profunda escuridão é muito mais bonita e luminosa. Já não me dói não te ver descer a rua, porque não fechei a porta atrás de ti comigo dentro. Nunca olhaste para trás.
...Sim, provavelmente o mais difícil de saber que se sabe, porque se sabe que só se sabe por se sentir isso como se se soubesse de fonte segura e provada. Mas não há prova, e quando não há prova, não há verdade nem mentira, nem facto, há o que se sabe sabendo que não se sabe nada, mas sentimos que sabemos, que, não se podendo provar, é o mesmo. 
Pois... Eu bem disse que era difícil... 
...Mais do que termos sido felizes, mas pronto...

Boa noite

28 maio 2015





O OLVIDO

na outra margem da noite
o amor é possível
— leva-me —
leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia na tua memória

Alejandra Pizarnik 
(Tradução de Diogo Vaz Pinto)


Como atravessar para a outra margem se o o tempo corre entre nós a velocidades diferentes?
Duas margens, um rio, tantas correntes.
Na outra margem tudo é sempre possível, como sempre tudo é possível se quisermos que seja, se quisermos acreditar e lutar por isso. Passa a ser impossível apenas quando desistimos, até lá não se prova a impossibilidade.
Se quisermos que seja, e se quisermos mesmo o mesmo, o tempo entre nós dança a mesma música, a saudade entre as duas margens calcorreia em segundos o mesmo espaço de ausência, de vontade, de sede dum olhar que seja a nossa casa, onde se descansa esquecendo que nos cansámos. A cada memória que morre, o rio adensa-se os compassos dessincronizam-se, a dança já não dança a um só corpo, e dois corpos desligados são duas margens que não se tocam. Foi o tempo que correu entre eles e ficou. Ficou sempre entre eles. Apartou ritmos, cumplicidades, intimidades, calores que esfriaram na recordação do que alguém não quis repetido. A falta de vontade esfria, gela a vontade da outra margem que deixa de acenar. Não são já duas margens do mesmo rio, são dois pedaços de terra, nada os junta, nada os separa. Não são o mesmo. Quando não são o mesmo o amor não é possível.

...não!!
Pode não conseguir-se tudo, mas também não se entregam os pontos todos assim duma vez, só porque aqui e agora não há o que queremos... Homessa!!
Isto não é ficar pelo que há só porque dá menos trabalho, chatice e tristeza, porque a longo prazo isso só dá mais trabalho, muita chatice e maior tristeza. Só piora.
Ainda não desisti, e trocava aquela expressão para "uma vida inteira de amor". 
Faz-me mais sentido, 
e não é  Pepsi... eheheheh

Bom dia.

Abraços com fome de pele
Pele com sede de cheiros
Cheiros que se abraçam de amor

Boa noite

27 maio 2015


"muito tempo voltou-lhe à cona como quem volta a casa.
Não por vontade, nem sempre se volta ao fim do dia por vontade, por vezes a vontade é de outra coisa qualquer, mas nem sabes o quê, nem preferes nada, mas é como se cada pessoa tivesse um sítio e acabes por voltar para casa por uma simples questão de arrumação.
Só muito tempo depois de ela ter partido entendeu a futilidade disto – e mais ainda: o desperdício, a perversão, o erro imenso.
Mas a vida é altamente experimental: estamos todos a passar por tudo pela primeira vez, e nada é igual a nada, por muito que se assemelhe.
A vida entende-se por comparação e não por definição. O branco e o preto conhecem-se por experiência e por contraste. Não adianta explicar a que sabe um tamarindo verde a quem só sabe o que é um limão.
Por isso chamas casa ao que é só um tecto, sem saber que uma vida é muito mais. Na verdade é impossível saber se há mais além. É impossível saber se já chegaste. É impossível saber se podes ser mais feliz até o seres. Ou já o teres sido.
Mas persistes, até que o teu próprio mundo insista em destruir-se. E é só quando não tens nada a que voltar que encontras um caminho, e esse caminho se faz casa.
Finalmente entendes. Casa não é um lugar onde se volta. Casa é o nome que se dá à estrada quando somos felizes."

(nem sei se não será repetição aqui no tasco, não é a primeira vez que leio o post e que diz exactamente o que penso, muito melhor do que eu diria)

"porque – ó velho belo Sigmund Freud – a ciência psicanalítica esqueceu algures a chave:

abrir abre-se
mas como fechar a ferida?"

alejandra pizarnik 
(Tradução de Miguel Filipe M.)

[há quem diga que é o tempo.
Que o tempo cura tudo.
Eu nunca concordei, mas espero estar errada.]

Ao fim dum dia como o de hoje só uma coisa assim o salvava... E a mim...
Que lua imensa, linda, luminosa... E só meia lua, imaginem inteira. 
Será que ela sabe que é inteira, mesmo estando metade às escuras? Ou só meia iluminada? 

Boa noite. 

26 maio 2015

Às vezes o mundo parece que se vira de pernas para o ar, e às vezes nem parece que fique mal assim, se calhar éramos nós que estávamos ao contrário... nunca se sabe...
...o que eu sei é que agora ia alegremente para uma esplanada ver o pôr do sol, combinada com uma boa conversa, recheada de bom humor e melhor disposição, olhares cúmplices e risonhos entre os olhares refrescantes e salgados que o mar nos lança quando estamos bem, quando os dias parecem doces, depois, depois jantar e uns copos de vinho,  rir no sofá, mimo e tudo o que a noite trouxesse, ou nós déssemos à noite com muita vontade. Tudo com muita vontade, só com muita vontade.
Sim, parece-me que será verdade - atenção, cuidado. Não esforço, não obrigação, nunca martírio.
O amor parece-me que deverá ser uma coisa para gozar, aproveitar, para fazer a vida valer a pena e não a duras penas fazer valer. Isso é de ter pena, e não é de certeza amor (pelo menos não o meu). E eu tenho pena de muita coisa, e até de algumas pessoas, mas eu vejo a vida, o amor, assim, não para ser motivo de pena, mas para ser nascente de vida. Nunca quis ao pé de mim quem o fizesse por obrigação, ou com esforço, ou por pena, não poderia ser feliz assim - não sendo valorizada, amada, desejada, por mim, pelo que sou ou não sou, e não pelas circunstâncias. Talvez para muita gente chegue, para mim nunca chegaria (sou mais exigente que isso, sempre fui, talvez erradamente, mas ainda não mudei de ideias).
Começar o dia a tomar o pequeno almoço na varanda era coisa a que me poderia habituar, não fora o frio, o inverno... a vida tantas vezes. Mas em podendo, estando bom tempo e querendo, é coisa boa. Há que não deixar escapar as boas coisas da vida. Oiço os pássaros e os carros no meio deles, ou vice-versa. Pergunto-me como será o dia hoje, e pressinto uma ponta de entusiasmo, será dos pássaros? Podia ser descuido.

Bom dia
Todas as certezas que tinha estão desabitadas.
Há, com toda a certeza, que habitar as incertezas 
para chegar a uma casa que possa chamar minha. 
Casa minha é onde possa ser inteira de mim.

Boa Noite

25 maio 2015

Dia comprido, complicado e cansativo. Uma conversa difícil onde temos de dizer coisas que têm de ser ditas a pessoas de quem até gostamos, que apreciamos, que têm idade para ser mais que meu pai, um senhor à antiga, a quem me custou ouvir certas coisas, mais ainda ter de responder e não admitir que se passem certos limites. Custa, ainda que tenha de ser. Infelizmente as pessoas têm de perceber, ou ser relembradas, do que às vezes esquecem, e não, não basta pedir desculpa. A desculpa é uma emenda esfarrapada que nada remenda, e a mim já quase só desconcerta, depois de anos a ouvir pedidos de desculpa que se repetiam e reincidiam. Desculpa não é borracha. E depois duma certa altura passa a ser nada, mesmo. Depois outra conversa complicada, dura, onde tem de ser duro para que não nos tentem pisar. Enfim, complicações e trabalho a mais, sobra tudo menos paciência e vontade. E depois fica-se aqui, a rever o dia à espera de o espremer e deixá-lo ir com o sumo das palavras, tentando não engolir o veneno, mas apenas passar-lhe ao lado, deixá-lo escorrer para que a terra o beba, não eu. Venenos outros também não faltam, há veneno a mais no mundo e raros os antídotos. Os únicos que conheço são os afectos, o amor nas várias formas e reflexos, do fraterno, à amizade, à paixão, e as coisas que nos dão prazer fazer - ler, uma boa esplanada, um copo de vinho, a lua à noite, uma conversa quente ou animada, séria ou apenas parva de rir à gargalhada... coisas boas que nos queimam o veneno dos dias, ou, não o queimando, anulam-lhe os efeitos. Preciso de antídotos, muito e rápido.
(e agora música, caminho e pôr do sol. às vezes também é antídoto...)
... Que belo relógio, sim senhor!! 
Nada como um relógio destes para começar assim o dia a qualquer hora...
Mesmo tendo de ir trabalhar assim é outra loiça, sempre se está atrasado com estilo... E boas razões. Não como eu, que vontade (de trabalhar, entenda-se) não tenho nenhuma... Nem com pequeno almoço na varanda a ver o sol a coisa melhora, não me apetece, que fazer?? Ir, pois é. Mas primeiro o pequeno almoço na varanda e pensar uns disparates... Também não sei fazer mais nada, só pensar e dizer disparates... E ser má, claro, já me esquecia...

Bom dia
Aqui sentada no degrau da varanda vejo a lua à minha frente, já baixa, agora a precisamente dois dedos acima da linha dos telhados. O vento sopra e as árvores dançam nas suas folhas. Não gosto de vento, nunca gostei, dá-me medo. Faltam-me asas para navegar o vento e, ainda que tantas vezes possa não parecer, gosto de ter os pés no chão, gosto é de escolher esse chão, esse que piso, que leva onde eu quiser ir, se souber lá chegar. Pisar com convicção o caminho, pisar com o calcanhar na vontade de chegar, mas de gostar do caminho. Gostar de o fazer, de saber que tantas vezes só teremos o caminhar o caminho e que talvez nunca cheguemos onde sonhamos, mas pelo menos vamos gostando de caminhar, vemos a lua e medimos a distância que tem aos telhados deste meu horizonte com dois dedos, dois dedos onde não cabe a minha mão, que me cabe no bolso. Até parece que a lua me podia caber no bolso para levar no caminho... Mas o horizonte, o horizonte cabe-me no olhar, às vezes não sei é se o olhar cabe todo no horizonte. E o vento uiva por entre as folhas e eu tenho medo, não tenho as asas que tem o meu olhar. Se calhar devia ter medo do meu olhar. Não tenho.

24 maio 2015

... Depois da ronha, do acordar, levantar, comer e voltar a dormir, da preguiça que se estende pela manhã até o dia começar a entrar-nos nas veias e nos pensamentos, depois de nos dedicarmos a arrumações de mudança de estação, tomamos um banho sem horas, fazemos tudo sem horas, a não ser as da fome. Vestimos uma t-shirt e umas calças de ganga e vamos aproveitar o resto do sol numa esplanada, enquanto acabamos o livro que vamos ter pena de acabar. Não posso ler estes livros, e são os que leio mais rápido e que mais gosto, dão a dimensão e profundidade da alma, e a certeza inequívoca de que a alma existe na grandiosidade de sentir. Há livros que já não devia ler, fazem-me crer que se pode acreditar na raça humana e no que temos de melhor e mais extraordinário - o amor.

Bom dia.
Ver a cidade acender (*)
A veracidade acesa,
Que apaga a noite em mim
Tudo de ti em mim acendendo.
E as luzes no horizonte 
De mim são poucas,
São direcção sem norte,
Sinais sem vida
Existências à sorte.
Imagens de ti
Velam várias mortes,
E são tudo o que sinto
Acender vida em mim.
Com as mãos escrevo
E apago pensamentos.
Com as mãos 
Acendo  um cigarro
Que me te apaga.

(*) da música que tocava na altura e que serviu de mote

23 maio 2015


Ahahah 
... É assim mesmo, isto é que é moral que se apresente!!

Bom dia.

"Francamente, não sei se creio em Deus. Às vezes imagino que, caso Deus exista, esta dúvida não deveria desagradar-lhe. Na realidade, os elementos que ele (ou Ele?) mesmo nos deu (raciocínio, sensibilidade, intuição) não são absolutamente suficientes para garantirmos a sua existência ou inexistência. Graças a um pressentimento, posso acreditar em Deus e acertar. E daí? Talvez Deus tenha o rosto de um croupier e eu apenas um pobre diabo que joga no vermelho quando sai o preto e vice-versa."

Mario Benedetti, in A Trégua

Touché. 
Há gente assim eu identifico-me com esta roleta e resultados. Mas há quem nem isso faça. Com as fichas que a todos distribuem à entrada e nos confere o nosso saldo de resultados não jogam, deixam outros jogar com as suas fichas, ainda que o resultado lhe seja imprimido nas suas próprias contas, na própria pele. Por incrível e estúpido que possa parecer é o mais cómodo, assim se o resultado for bom o lucro reverte para o próprio, se a aposta for errada o prejuízo ainda que seja anotado na nossa conta não foi culpa nossa, a responsabilidade da escolha foi de outros, e eles apostaram mal... E assim protegem-se ao extremo, dos seus próprios medos e assumir de responsabilidades, evitando lidar e confrontar-se com o resultado das suas escolhas. Assumem as consequências, mas estão inocentes da culpa de apostar mal. 

22 maio 2015

Tantas chaves, que portas abrirão? que segredos encerraram? Que amores trancaram do mundo? Quantos se trancaram dentro, quantos fecharam as portas atrás de si para não mais abrir? Serão as chaves que deitaram fora ou as que religiosamente guardaram como os tesouros que protegeram? 
As pessoas terão chaves também? E quando a encontram se a deitam fora o que acontece?



Erika meets Eva. E as nostalgias de escrever e ter o que dizer do que se vive, do que se quer viver. Planos mudos, palavras escondidas.

Bom dia

20 maio 2015


Planos para cuidar de mim...
 Hoje é o dia. Se calhar, ou então não, é o que apetecer...
Sou uma moça de apetites, que fazer? 
E a maneira de melhor me tratar é ceder-lhes sempre que posso!! 
Fazer o que apetece quando dá!

Bom Dia
Não foi uma garrafa de vinho (o primeiro copo de vinho hoje depunha-me logo nos braços de Morfeu, e eu queria mesmo era abraçar o sossego) foram várias chávenas de chá quente, que conforta e relaxa, só não aquece o suficiente para o frio na varanda. Foi preciso o reforço de duas mantas, mas bem enrolada está-se bem com a noite límpida por cima deste meu pequeno mundo. A lua não a vejo, mas sei que estará pendurada algures no céu. Não a ver não me faz duvidar,  mas quando falta o luar a noite não brilha em nós da mesma maneira. A música toca baixinho aqui ao meu lado e enrola-se em mim como as duas mantas que me aconchegam, e aquece quase tanto como o chá. O sossego, esse, hoje sinto-o, talvez da inevitável rendição ao cansaço, ou por ter os pensamentos dormentes. Não os sinto, mal os distingo. Há dormências que são uma benção. Vou só ficar mais dez minutos, enrolada nas mantas que me desenrolam do frio, fechar os olhos e não saber do tempo que passa. Serão sempre dez minutos. Mesmo que não sejam.

19 maio 2015

Hoje o vestido que me veste despiu-me logo de manhã a memória... "Um vestido bom para fazer assim..." Um "assim" atrevido mas não como o da foto ali de cima. Se bem que aquele "assim" também tem a sua piada... 
...há dias em que sim!!
...tipo hoje...
 Apetece-me e preciso duma garrafa de vinho, e acho que hoje é o dia, preciso dum serão a meia luz,  vinho tinto e muita paz, na varanda se puder ser... com um luar que faça brilhar a noite em nós. 
Ando exausta... e com muita vontade de casa e sossego, de dia, se for com sol nas trombinhas (e no resto), melhor...

Bom Dia


No fim de contas são poucas as palavras
que nos doem de verdade, e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
E são também muito poucas as pessoas
que nos fazem bater o coração, e menos
ainda com o correr do tempo.
No fim de contas, são pouquíssimas as coisas
que na verdade importam nesta vida:
poder amar alguém e ser amado,
não morrer depois dos nossos filhos.

Amalia Bautista

Boa Noite


18 maio 2015


"No sé tu nombre, sólo sé la mirada con que me lo dices"
Mario Benedetti

...porque há nomes que se chamam sem falar, e chamamentos que se sentem sem terem de ser ouvidos. Porque há conversas em silêncio numa língua que ninguém fala e poucos entendem. Conversas onde não há ruído ou mal-entendidos, onde nada se entende com a razão e tudo se sente percebido. Tudo se percebe sentindo - sabe-se porque se sente, só.

[ontem fiquei a pensar nesta frase, escrevi isto a meio da noite, porque não me largava, como não me larga a contradição de saber isto, sentir isto, e saber que o que se sente saber muitas das vezes está errado. pelo menos é o que me acontece a mim, mas sei que é possível - se eu o sinto, mais haverá que o sentem, que o sabem por sentir, e se entregam assim, apenas por sentir. Espero que nem todos se reduzam a cacos como eu. Ainda assim, faria tudo de novo. Há cacos que são relíquias e há cacos que são lixo para descartar. Eu prezo as minhas cicatrizes, lembram-me o que vivi, o que deveria ter aprendido, as lições que não aprendi logo, que desafiei arriscando mais cicatrizes, dores e mágoas. Descobri ilusões no sítio das verdades, que viraram cacos e cicatrizes de alma.. Todos as temos, há quem as negue, as esconda, as tape, eu rego-as para algo florescer no meio da tristeza. Um dia algo há-de nascer, algo para além destas palavras que me nascem dentro e saem dos dedos, algo para além de passado, de futuro ausente, órfão de presente. Um dia terei um presente presente, cheio de futuro dentro dum olhar poisado num horizonte que dá as mãos. Se não tiver, não foi por ter fugido dele. Também não o persigo, porque há coisas que só podem ser fruto de um encontro, de um olhar recíproco, que não se procura e não se persegue. E isso eu posso perdoar-me, fugir não. ]



(Foto de Brock Sanders)

Faz hoje (ou mais precisamente, ontem, Domingo que ainda é hoje para mim embora o relógio discorde...) seis anos que morreu Mario Benedetti, um senhor que me escreve ao coração. Curioso fazer seis anos sobre a sua morte, porque esses seis anos foram os que me ensinaram a lê-lo com a vida, saber do que fala sentindo... A sensação de que há coisas que afinal não existem só nos livros, mas que fazem parte da vida de algumas vidas, não de todas. Os últimos seis anos tornaram a minha vida uma dessas vidas. E foi também, algures durante estes seis anos, neste mundo de navegações internéticas, que descobri este autor. Depois procurei mais, ler mais, procurei os livros, e descobri poucos traduzidos para português. Tenho um por ler dele, e hoje ao ver esta notícia, decidi que o próximo a começar a ler e a acabar com a minha inércia de leituras que dura há tempo demais por razões à mais, vai ser "A Trégua". Para já, e para adormecer com pensamentos doces, escolhi uma das dez frases que elegiam na notícia como as suas melhores frases (que vale o que vale, e se calhar pouco, parece-me. esta coisa das listas dos melhores, haverá uma por cada um, diria eu, senão éramos todos iguais e gostávamos todos do mesmo, mas adiante...):

"No sé tu nombre, sólo sé la mirada con que me lo dices"

... Porque há olhares que podem dizer tudo, até quem és. Até quem gostarias de ser, e somos todos um pouco o que gostaríamos de ser, porque é também aquilo que gostamos que nos define, ainda que nem sempre o possamos ter. Somos, talvez, um pouco o que desejamos, o que sonhamos, para nós. Mesmo que seja só um sonho, é uma escolha. E, definitivamente, nós somos as nossas escolhas.

Boa Noite

17 maio 2015


Os pensamentos correm soltos na corrente de vodka. Se alguém os adivinhasse não os conseguiria apanhar. Nem eu. Malditos.

15 maio 2015


porque a loucura
deve ser rasgada por dentro
com as mãos cravadas numa ponte
acesa ao abismo

gil t. sousa

[... e não são todas as pontes por explorar um abismo? Um desconhecido da outra margem? Uma loucura, ou um sonho, a rasgar por dentro, com medo mas com vontade? Se por dentro a vontade não ganha, o medo não perde. Se ganha dizem que é loucura, se perde a vida não muda.
Loucura, o rasgar e ir. 
E não ser feliz e não tentar rasgar o desconhecido, não será a loucura mais perigosa? Na outra margem do abismo pode estar o que queremos, se nesta, onde estamos, não estiver. E aqui, onde estou, não está.]

Boa Noite

Ahahahahah 
Nada como o começar o dia com uma gargalhada e um café ao sol... 
Para aguentar a loucura do dia-a-dia!! 

Bom Dia!!

14 maio 2015

(foto de Ryan Muirhead)
Dia corrido, cansativo, onde os problemas parecem atropelar os minutos, onde parece não haver mãos para tanta coisa. Chega-se ao fim do dia e pára-se um bocado no sofá, entretem-se a cabeça com qualquer coisa entre mãos, e no fim, face a uma tela branca de que não quisemos fugir, percebemos que as palavras nos fogem, e nós, nem vontade nem força temos para as tentar apanhar. Deixamo-las ir. Pode ser que tudo o que não chegaram a dizer fuja com elas e me deixe. Talvez assim durma e amanhã não acorde cansada, mas cheia de palavras novas, menos problemas, e maiores e melhores mãos para os resolver. 
Agora só quero apagar de mim o mundo. Que vá com as palavras que me fugiram. Que me deixem vazio o escuro por dentro dos olhos.

Boa Noite

13 maio 2015

...pronto, pronto... não é preciso insistir!!
eu vou, vou já, até!!
Parece-me bem para passar uns dias, eu, um livro dos bons, música nos ouvidos para quando o livro se fecha e os olhos também, e sol na pele vestida de sal de água límpida e quente... que refresca as ideias e a alma.
sim, sim, não é preciso insistir, já me convenceram, vou assim que possa!!
ehehehhe
(estou doidinha para pegar em mim e pirar-me daqui, a sério, ando exausta... bahhhh)

Bom Dia!!

12 maio 2015

...isso, isso!!
...por favor, dava-me um jeitão!!
ehehehheeh

Bom Dia!

11 maio 2015

...Quantos queres?
Quantos?
e o que te reserva a sorte, ou a falta dela?
E quantos desejos?
E o que desejar?
E depois, quando crescemos?
Quantos queremos?
Já não queremos porque desaprendemos de sonhar,
ou de acreditar??
Ou queremos ainda?
Às vezes acho que desaprendi de sonhar porque já não acredito,
outras vezes acho que já não acredito porque desaprendi de sonhar.
Se calhar tanto para sonhar como para acreditar precisamos de fé.
A minha fé enterrou-se quando me enterraram os pés no chão em terra dura, ainda que me tenham dado asas, de nada servem, só para me cansar e pensar, enganar-me, sonhar-me de que poderia voar... não fosse a terra prender-me os pés, e a fé afundar-se por baixo dos pés.

Bom Dia.


... muito precisada dum abraço destes.

Boa Noite

10 maio 2015

Apetecia-me começar o dia assim, a ter um rosto a olhar para mim e eu com vontade de o guardar, congelado no tempo, para sempre hoje, para sempre este domingo. Para sempre aquele meu olhar a olhar para mim. E brincar, começar o dia a brincar e a mimar e a beijar. Apetecia. Deve ser do sol. Ou da Primavera. Ou de mim.
Penso isto e ao mesmo tempo penso que tenho de me deixar de pensar estas coisas... Acho que nada disto é para mim, e pensar nelas custa mais. Alguém me dizia que uma pessoa se habitua a viver sem estas coisas, sem mimo, sem cumplicidade. Talvez se habitue, eu estou habituada, mas pensar em tudo isto é vontade de perder esse hábito, é ainda desejar alguma coisa. É talvez acreditar ainda que posso viver assim, um dia, sei lá, alguém que eu possa gostar pode vir a gostar de mim assim. Nesse dia, ou noutro qualquer, posso começar o dia a tirar uma fotografia, assim, em cima do acontecimento.

Bom Dia

09 maio 2015

Agora. Cores quentes. Lindas. 
De lamber os dedos se os pudéssemos molhar nelas. 


Sim, é isto. Será assim tão complicado? Tão difícil? São coisas tão simples, tão fáceis, tão acessíveis e livres, e no entanto não se fabrica com quem se quer, e com quem acontece não é a pessoa certa, a que quer o mesmo com vontade (pelo menos) parecida. 

Boa Noite

08 maio 2015


A Mulher do melhor signo ;))

"As mulheres do melhor signo do zodíaco (o meu) são muito originais e sinceras. Nem sempre ela te dirá as coisas que tu queres ouvir [sim, quase nunca, não falamos para fazer vontades, esse não é o nosso departamento, e para reclamações também não é aqui, favor dirigirem-se a outro guichet..]; na maioria das vezes, ela vai deixar-te arrepiado com as suas observações desconcertantes e francas [arrepiado aqui é bem empregue, porque a maioria arrepia caminho, e faz muito bem, porque assim sabemos que os que ficam são os que valem a pena e sabem ouvir verdades... coisa rara.]. Mas, de vez em quando, ela dirá coisas tão maravilhosas que vão fazer-te dançar de felicidade [contar poucas vezes com isto, e restrito a muito poucas pessoas, já fazer rir é mais abrangente, é outra forma da mesma coisa... mas isto é só para quem entende que o que interessa é o que se faz sentir...não é para todos mas estas mulheres também não são para todos, nem amigas nem o resto...]. Ela talvez seja um pouco franca demais porque vê o mundo tal como ele é [há quem a chame de pessimista, porque uma grande parte do mundo está podre, mas é como aquela fruta do supermercado, a pele está brilhante e cheia de cor, abre-se e deita-se fora... para quê doirar a pílula? nós só o vemos e não o disfarçamos, mas também sabemos das coisas boas da vida, e essas não as desperdiçamos, podem crer...]. Ela não gosta de mentiras, e dificilmente alguma mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) costuma mentir, até porque esta mulher dificilmente conseguirá convencer as pessoas quando estiver a contar uma mentira [é uma merda, pelo menos a mim, está-me tudo escrito nas trombinhas... vêem através de nós que até dói. se estou chateada vê-se, se estou feliz vê-se, se estou irritada... bom, é melhor não verem...]. E nós temos que admitir que isso é uma óptima qualidade, não é? Estas mulheres são muito independentes. Quando quiseres que ela faça algo, pede-lhe: não tentes mandar nela. A técnica dos homens das cavernas não funciona com esta mulher. Ela não nasceu para ser mandada, odeia ter que receber ordens e abomina todo o homem que tente aprisioná-la. Ela gosta de ser protegida, mas não gosta de ser mandada. Se nem mesmo o seu pai consegue dominá-la, não vai ser qualquer um que vai achar que pode dar-lhe ordens! A mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) não é de abrir mão da própria personalidade e da independência por homem algum. Deve ser por isso que representam o maior número de mulheres solteiras! [quem pensava que era por termos mau feitio, ou assim, desenganem-se... estão a ver???] Quanto mais nervosa ela fica, mais sarcástica se torna [ui e de que maneira... não sabiam que o sarcasmo é a melhor arma contra a estupidez humana alheia??... bom ficam a saber então, mesmo que os visados raramente percebam o sarcasmo de que são alvo (já presenciei várias vezes)...]. A  mulher do melhor signo do zodíaco (o meu)  pode mandar-te para o inferno com um grande sorriso estampado nos lábios [é preciso classe... há que convir ...cof cof... eheheh, mas às vezes também nos limitamos a mandar só à real merda, assim, sem mais]. Mas nem sempre ela será tão “amável” assim, quando estiver realmente irritada [ora... o que é que eu dizia??...pois]. Enfrentar a raiva desta mulher não é a melhor coisa do mundo. Como todo o ser deste signo, ela não é de armar o barraco, mas se resolver fazê-lo é melhor esconderes-te até a tempestade passar [é verdade, parece-me, mas também uma mulher não é de ferro, se provocam muito, um dia resolve-se descer do salto, e quando se desce do salto é em grande, mas não se preocupem, no fim, subimos o salto outra vez, como se nada fosse, com uma classe que dá para desconfiar se não fomos apenas possuídas pelo demo por momentos...]. Feliz daquele que tem a sorte de ter uma mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) como amiga. Ela alegrará todas as tuas festas, será a tua melhor confidente e estará sempre ao teu lado mesmo quando todos os teus amigos tiverem abandonado o barco.[nada a acrescentar, claro... cof cof] Ela é tão generosa, paciente e atenciosa com todos os amigos, que o seu telefone dificilmente fica muito tempo sem tocar [fica, fica... quando está tudo bem, e ainda bem, porque paz é uma coisa muito boa que sabe bem muitas vezes]. Se repararem bem, a maioria das mulheres do melhor signo do zodíaco (o meu) recebem sempre telefonemas de amigos que nunca conseguem esquecê-las, mesmo que estejam distantes [não, agora isso faz-se por mensagem ou mail, está desactualizada esta parte, portanto...eheheh]. Ela é uma das poucas mulheres que costumam ter amigos de infância. Sim, eu disse amigos. Os mesmos que brincavam com ela na rua enquanto jogavam à bola, e que um dia perceberam que aquela menina um dia tornou-se uma linda mulher [nunca joguei à bola, era mais bicicleta mesmo]. Tentem reparar numa mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) a andar. Vejam como ela é uma mulher elegante e confiante [upa upa.... sim senhora!!], mesmo quando tropeça e derruba tudo pelo caminho [era escusado dizerem esta parte pfffff... mas é verdade... credo, é tão verdade, que se se sentem observadas quando entram nalgum lugar, mentalmente imaginam logo uma destas habilidades desengonçadas e vergonhosas.... é o horror...]! Sim, a coisa mais difícil de encontrar é uma mulher do melhor signo do zodíaco (o meu)  que por vezes não seja um pouco desajeitada [mas dizem que já foi avistada algures uma vez uma...há esperança]. Também costuma ter uma atitude um tanto ou quanto displicente em relação a envolvimentos amorosos, o que pode levar algumas pessoas a acharem que é uma mulher fria e insensível. Puro engano![chiça, tanto tempo a construir uma imagem, uma reputação e esta gente escancara-me isto aqui... a quem pedir os danos morais inflingidos? pfffff] Ela emociona-se ao assistir a um filme triste e sonha contigo durante as noites em que estiver solitária, mesmo que nunca confesse isso [deves é estar parvo... eu?? nimmorta!! e quando sonho estou a assassinar-te com os olhos]. É possível que ela tenha guardado todos os bilhetes de amor que tu lhe escreveste, restos de flores que enviaste e a primeira entrada do cinema a que foram juntos. Mas não esperes ver este seu tesouro tão cedo [às vezes nem tarde... não é para todos, já disse...]! A mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) não gosta de revelar os seus segredinhos de amor. Deixar que tu vejas esses segredos é assumir que está apaixonada. E ela odeia sentir-se fragilizada! Quando um romance acaba, por dentro ela pode estar chorar, mas responderá com tanta inteligência e habilidade às perguntas dos amigos, que todos pensarão que tudo não passou de um simples namorico de verão [não é verdade, há pessoas com quem se chorava baba e ranho, quando ainda havia disso para chorar antes de se desaprender a chorar como gente...]. Mal sabem como ela pode estar arrasada por dentro. A idade realmente não importa quando o assunto é a mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) [ahahahahahhaha, pronto esta fez-me rir cá por coisas, pronto, não liguem]. Elas permanecem meninas mesmo quando envelhecem [ahhh ai obrigada]. E, é essa alegria de viver, esse eterno optimismo [não confundam, não é optimismo, é tentar aproveitar as coisas que realmente valem a pena, porque o mundo está infestado das que não valem, por isso as outras é viver até ao tutano] que enfeitiçam os homens de bom gosto [ahhhhhhhhhhh..... então é esse o problema!! gaita ainda não tinha percebido, são só os de bom gosto... chiça logo essa espécie em extinção!! que raio de sorte a minha...]! Nenhuma mulher pode ser tão apaixonada pela vida quanto a mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) , e transmitir esse amor por todos os cantos por onde passa. Estar ao seu lado é viver o bom humor e acreditar no futuro. Amar uma mulher do meu signo é recompensador e nunca é monótono [monótono acredito que não seja, é que às vezes dá-nos umas fúrias... só para agitar às vezes é bom, temos de ver assim, né?]. Não importa que ela não tenha aprendido a dizer o quanto te ama – para ela, isso é difícil [é dificil dizer a primeira vez, porque só se diz quando se sente com a certeza que esse amor parvo dá, e não se banaliza, não, não é questão de aprendizagem, é respeito pela palavra e pelo que ela quer dizer, mas diz-se de muitas formas sem usar o verbo, às vezes um olhar, um riso, um sorriso, mas lá está, é só para quem entende dessas coisas e as sente assim também...]. Quem já teve a felicidade de estar apaixonado por uma mulher do melhor signo do zodíaco (o meu) sabe que a melhor maneira que elas têm para demonstrar o que sentem é pelas atitudes [ora, pois eu nao vos dizia???....claro!]. Nenhuma mulher beija tão bem ou irradia tanta vida e alegria quanto um anjinho deste signo [anjinho?? vai chamar nomes a outra pahhh.... olhameste] que chegou à conclusão – após passar várias noites em claro – de que o que sente por ti não é amizade, mas amor! E, quando as setas do cupido penetram nos nossos corações, não há magia no mundo que possa livrar-nos do poder do amor de uma mulher do melhor signo do zodíaco (o meu)! [pois, acerca disto alguém uma vez disse, para aconselhar um amigo: cuidado, é dificil entrar no coração dela, mas sair é muito mais dificil.... e com esta me calo!!] "


Este texto já não sei onde o apanhei, mas é um daqueles sites com artigos deste género sobre as mulheres de cada signo... eu achei piada, e à semelhança do que fiz há uns anos para outro texto do género, fiz hoje os meus comentários (noutra cor para se perceber que não fazem parte do texto original)ao meu próprio signo, parvos claro, e adaptados a mim, obviamente em qualquer intenção de generalizar para quem quer que seja... deu-me para aqui, pronto. Mas fiquei mais bem disposta com este exercicio, e isso é uma coisa boa!!

Bom Dia!
Uma boa noite é aquela que se agarra com as duas mãos, a urgência da fome e a degustação lenta do deleite.

Boa Noite

07 maio 2015


... Isto sim, era um bom programa para amanhã... Bom tempo, praia, o marulhar a entreter os ouvidos, o entardecer salgado... E pronto, o resto, a trinquinha marota, é só um pequeno grande pormenor. Daqueles que fazem a vida respirar a alma pelos poros da pele, que tiram da ribalta o lugar, ou o clima, porque esses pormenores fazem o lugar, e a companhia permite esse pormenor de nos deixar existir assim, a pairar entre pormenores com vida dentro. Infelizmente o lugar - que esse eu poderia arranjar - não faz esses pormenores, e o resto ainda não arranjei, e não é um pormenor. É tudo, o resto é paisagem. 
Eu por enquanto vejo a paisagem sozinha, e gosto, é a melhor coisa, logo a seguir à paisagem não interessar nada.

Boa Noite

06 maio 2015

Só me quero ir embora daqui. Quero estar sozinha, ficar sozinha, não quero nada à minha volta, não quero sentir que existe nada à minha volta, que nada chegue a mim, que nada me toque, que nada me seja. Estou exausta do mundo, estou farta dos dias, fujo das noites. Durante o dia varro a memória para baixo do tapete do trabalho, dos problemas que se agigantam de dia para dia, à noite invade-me o passado que devia ter passado para me esquecer do presente que não vai trazer futuro, de tudo o que à minha volta se desmorona numa lenta angústia e rastejante crueldade, como a pele que nos arrancam devagar e a frio nas quentes extremidades nervosas, que gritam em modo mudo, e nada muda, só a frequência da dor, só a cadência do choro que não se chora, não se soluça, mas nos rola disfarçadamente rosto abaixo, para ir cair onde não se vê. De noite sonho com quem me atormenta e de quem fujo entre as minhas próprias sombras durante o dia, nem a dormir tenho descanso. Estou cansada e não aguento mais, nem quero aguentar mais, quero estar sozinha, ficar sozinha, onde nada mais exista, ou se calhar, onde eu não exista. Onde feche os olhos e simplesmente não seja, nada me seja, nada me falte, em que possa ser nada sem o sentir. Estou farta.

[e para cereja no topo do bolo acabo de me aperceber que há gente mesmo parva, enfim, vou-me mesmo embora, que se foda, também não estou cá a fazer nada mesmo. siga.]

O que desfoca não é o movimento, é tentar pará-lo onde o tempo não é variável.
Como a memória, como a fotografia. 
Como o passado.
Onde o tempo não é movimento.
Não mexe, não passa, desfoca.

Boa Noite


05 maio 2015


Eu não. Eu adoro olhar as estrelas; olhar as estrelas é perto, todas as noites está à distância de uma janela. Gostar só do que está longe quando está longe, não é gostar, é imaginação (ou mentira).
...era o que me apetecia...
esta paisagem, a banda sonora que ocupa tão bem o silêncio. 
O contar, medir e pesar cada onda que lambe a areia e dela se despede sem um beijo, sem nada, só com a espuma do ondular que vai e vem. E eu ali, sentada, a ver o vai e vem sem me faltar um beijo, sem dar pela falta de nada, a ouvir a música do mar sempre apaixonado que me apaixona.
E eu, com um sorriso salgado de mar nos lábios, de quem já não mede o horizonte, apenas se prende ao chapéu para não voar na espuma dos dias que ondulam, no vai e vem, sem um beijo sequer.
Era isto. ser isto, assim, sendo eu, porque não sei ser mais ninguém. Nem quero.

Bom Dia

04 maio 2015


Hoje estou com aquilo a que chamavam vontades assassinas, parece-me que também as raivas são como as cerejas... umas puxam as outras, ou parece... até achei por bem pensar em coisas boas que me acalmassem as raivas... eu estava a tentar, assim com estas coisas, com este ar de paz e tranquilidade, cores claras e leves... e parar de ouvir ecoar  na minha cabeça, alguém transformar tudo em defeito, alguém repetir vezes e vezes, ao longo dos anos, que era mulher demais para ele... Hoje apetece-me concordar, se calhar tinha razão, se calhar sou mesmo, terei esse defeito, ainda bem que nem toda a gente o tem. 
Agora só me falta alguém que não me veja esse defeito, mas ache que sou uma mulher à (sua) altura, quem queira alguém ao lado para que possam crescer juntos, sem um se sentir melhor ou pior que o outro, acima ou abaixo do outro, mas ao lado. Se não entenderam isto se calhar têm razão... É melhor não terem ao lado quem acham ser mulher demais para eles. Devem ter razão.

Não sei porque me lembrei disto hoje, ou agora, mas talvez tenha a ver com o ter barafustado com toda a gente hoje, de ter sido um dia mau, e me lembrar que me chamavam fera e outras coisas - entre elas que assustava os homens, e, claro, esta pérola, de ser mulher demais para ele... enfim é um defeito tramado este de ser mulher demais é que nem posso cortar os tomates para ser menos... não faço ideia como se pode minorar este defeito...

E pronto, hoje chega senão ainda bato mesmo em alguém!!!... que o caminho e o vendaval me esfriem as raivas...

... isto hoje está mesmo bera.... a sério!!
estou fartinha: FAR-TI-NHA!!!
esta gente só com os dentinhos todos para dentro, a sério.... gajos imbecis, cobardes, dizem o que desdizem, desdizem o que disseram, não assinam para poder desdizer (ou então não sabem, sei lá... tal é o grau de inteligência já desaprenderam a ler e escrever...) e uma pessoa que os ature.... mas eu tenho de aturar esta gente? a sério, tenho?? hummm? não posso mandar tudo à real merd@?... e não me chatear mais, comprar um cantinho na costa alentejana e fugir desta gente doida que me põe maluca???.... a sério, há muita falta de tomates nos homens que vejo por aí, e é daquelas coisas que realmente só quando a falta é muito notória, que  até sem grande conhecimento de carácter se dá por ela... homens com fruta à altura conheço poucos, muito poucos mesmo!!  é uma tristeza... mas parece que é moda... irra!!!

Pois... E tu S. Pedro estás a pedi-las... Não sei como foste parar a esse departamento, mas estou em crer que não será a tua vocação...Já nem a desculpa do Abril, águas mil, tens, já estamos em Maio, meu caro, por isso vê lá se deixas de te armar em rebelde e providencias um clima para estrear umas roupinhas, e estender a preguiça ao sol, que uma rapariga tem de ter algumas alegrias na vida, né? 

Bom Dia
Sussurra-me quem és 
todas as noites,
Apaixonar-me-ei, de novo, 
todos os dias.

Boa Noite

03 maio 2015



E hoje disseram-me "só me rio quando vens cá", e eu ouvi isto e pensei que sirvo para pouco, mas que esse pouco, às vezes, pode ser muito. E a mim tantas vezes me basta, me bastou, saber ou sentir isto, porque sim, das coisas que gosto é de fazer rir quem gosto de ver rir, de pôr bem disposto quem gosto. Põe-me bem disposta, cheira-me um pouco a felicidade, mesmo que só levemente. E as vezes estou chateada, outras até magoada, mas se sinto que não estão bem, só penso em virar-lhes a disposição, dizer disparates e ouvi-los rir. Há vezes em que não ouço nem vejo, mas desconfio (primeira versão é de longe muito melhor...)

02 maio 2015

Estava no banho e pensava que o segredo talvez seja estar-se bem sozinho no meio de quem for. Estar-se bem connosco, sozinho ou com verdadeira companhia, ou com companhia que é só soma de corpos. Estarmos bem connosco não importa onde estivermos. E eu estou bem comigo, estou cada vez mais em paz com quem sou, mas ainda tenho saudades de mim, como se houvesse uma parte da minha alma que tenha partido e ainda não encontrou regresso. Talvez tenha atravessado uma ponte que se teve de queimar. Talvez fique para sempre órfã dessa parte de mim, era precisa essa ponte para me regressar ao que era. Talvez regresse por outros lados  talvez deixe de ter saudades de mim como agora, mas nunca mais serei a mesma. Mesmo que me seja inteira de novo, será por outras pontes que não serão queimadas. Das grandes questões da vida é saber que pontes atravessar e que pontes queimar. 

You... May!!
Podes e deves, seu danadinho... 
eheheh

Bom Dia!

01 maio 2015


... Deve estar farta de andar, irra!! Vejam lá se acaba a maratona... E a chuva!! 
Já me apetece sol e primavera e no corpo o andar leve do tempo claro...
Bom dia!