Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

22 junho 2010

E depois de dias e dias perdido, sem vislumbre de saída, caminho seguro por onde seguir, ou fio de ariadne para regressar, sentou-se. Percebeu que o labirinto em que se movia não existia, que ele era o labirinto em que se perdia. Em que se perdeu.

17 junho 2010

"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente para me dizer o que sente antes, durante e depois, ou que invente boas estórias, caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e fazer-me crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre." Gabriel Garcia Marquez

14 junho 2010

Estou aqui há não sei quanto tempo à volta das nossas cartas, a reler, na verdade, a ver se alguma coisa que me tapa um bocadinho este vazio que me enche e transborda, alguma coisa que me console e aconchegue, qualquer coisa que me tenhas escrito que me encha um bocadinho o espirito.. mas nada... só fico pior quando vejo, quando constato o tanto que digo, de todas as maneiras e feitios, e que o que obtenho, são respostas tão pragmaticamente dirigidas, coisas ocas de substracto que me apazigue o que não sei que trago dentro. E é triste que seja assim. As únicas linhas que me falam, que me dizem alguma coisa, alguma coisa de ti para mim, do que vês, do que sentes, foram as que me enviaste antes de voar para meio do Atlântico, altura em que já não separavas bem as aguas, e eu de ti... de resto nada, é filho unico, e provavelmente, órfão. Solitário.
E não não sou injusta, sei que não gostas de escrever, mas sei que só quando estou ao pé de ti é que sinto qualquer coisa que não calas, só aí pressinto coisas que não dizes, mas essas a distância apaga, faz das recordações meras miragens muito, mas muito, enganadoras, mentirosas, sem palavras mentidas.
Só o estar à procura de alguma coisa que me ampute deste vazio, é já tão sintomático da distância que se impõe, da escuridão que se entranha, do silêncio que logo se instala, do frio que estala, que me estala. E isso diz muito, diz o que a balança diria, se lhe perguntassemos. Shhhhhhh

12 junho 2010

Eva com a maçã,
diabrete,
sereia,
malvada,
diabo,
fera,
selvagem,
miúda,
bruxinha,
beleza estonteante,
jibóia,
criatura deliciosa,
serpente demoníaca,
princesa...
Ahhh... sim, e biscoito
Alguém tem livro de instruções para seres que chamam a uma mulher estas pérolas???
É que eu fico baralhada!!! Muito.
Não sei se goste, se não goste. Mas rio-me, lá isso rio. E as respostas que arranjo também me fazem rir... às vezes só a mim. :)

10 junho 2010

Espero que o jantar tenha corrido bem.
Espero que faças boa viagem.
Espero que aproveites estes dias para descansar.
Espero que não te esqueças de mim, que tenhas algumas saudades, mesmo que poucas.
Espero que venhas segunda feira e não tragas muitas novidades.
Espero que, se as trouxeres, me digas.
Espero que saibas a falta que me fazes.
Espero que me leias antes de ir.
Espero por ti.

08 junho 2010

Não gosto que me trate como uma desgraçadinha. Então acha que estou sozinha e abandonada?? Pois bem, não, não estou abandonada. Estou como escolhi estar. Como decidi estar, não deixo as decisões da minha vida em mãos alheias. Sozinha sim, abandonada, não. Posso não ter muita saída, posso não ser muito atirada, posso não ser nada de especial, mas se quisesse mesmo e qualquer coisa servisse, se calhar arranjava companhia. Ou não, mas de facto vendo a coisa dessa perspectiva dá para perceber muita coisa. Obrigadinha, faltava-me esta. Eu oiço cada uma!! Mais nenhuma perola?

04 junho 2010

É estranho como as palavras, que deveriam ter um significado comum a todos, ser um código de entendimento, são também tantas vezes apenas desentendimento. As pessoas dizem uma coisa, a outra ouve uma coisa diferente... Depois surgem desentendimentos mais profundos porque as palavras também pautam as vidas, mas silêncios há que gritam mais que o seu próprio vazio. Há desentendimentos por palavras a mais, a menos, mal ouvidas ou apenas caladas. Mas isso eu entendo, o que eu não consigo entender é como é que palavras como gostar, adorar, amar, podem ter tantos entendimentos diferentes e tão, mas tão, desentendidos. Porque gostar é querer bem, é querer ver o outro feliz, é querer saborear-lhe o sorriso e senti-lo nosso. Gostar não pode ser gosto agora mas daqui a pouco já não sei, não pode ser gosto de ti mas se te magoar, paciencia! Não pode ser adoro-te, mas não mudo a minha vida. Não pode ser, como mudei a minha vida agora parece que já não te amo. Não pode ser gostar, adorar, amar e falharem outras tantas palavrinhas como respeito, como consideração, como compreensão. Depois chega ao ponto em que as palavras são armas de arremesso, quando os sentimentos que recheiam o seu significado apodrecem, e de repente alguém que se amou serve de alvo fácil à pedrada, sabendo precisamente quais as pedras usar para mais estragos causar, para mais dor provocar, para mais derrubar o outro, e todas as recordações boas que este possa querer guardar. E aí, palavras para quê?

02 junho 2010

Não sei como,
Não sei porquê,
Nem donde nasceu,
Mas aquele olhar assaltou-me
Analfabeta para o ler,
Senti-o aconchegante,
Duma doçura quente
Apeteceu-me entrar nele
Fazê-lo a nossa casa,
O meu lar.
Deitar-me nos seus sonhos,
Embalar-me nas suas músicas,
Encostar os meus medos,
Beber toda a sua ternura
Comer o seu desejo
Descansar a realidade,
Adormecendo na sua luz.
Mergulhar na escuridão
Lançando-me no abismo...
Será tudo isto este olhar?
Ou será apenas
O vazio
A reflectir o meu?
(??)

01 junho 2010

I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt
He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms

And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candle burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms