Eu também quero tirar férias, mas para isso acho que preciso de mandar o coração de férias primeiro, ele vai, eu fico. Depois dele tirar férias, descansar e esquecer pode ser que eu consiga descansar.
Há quem não precise destes truques estranhos, como se se tirasse férias de sentir, férias dos cheiros que se cheiram sem entrarem pelo nariz, dos toques que não tocam mas arrepiam a espinha, dos olhos que não se vêem mas que não conseguimos fechar em nós. Este emaranhado de sentidos sem sentir como desemaranha-los...
Só não percebo se são saudades, porque essas apaziguam-se na chegada, e isto que tenho não tem paz, não me dá paz. Sinto-me sempre como se me faltasse alguma coisa, o que deixa sempre aquele travo amargo de ânsia faminta não sei bem de quê, sedenta do que não sei se há. Assim me sinto hoje... Talvez com fome de tempo e sede de afecto.