Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
26 dezembro 2010
"- Já não me amas, bem sei..."
Era tão bom se uma birrinha com direito a beicinho e tudo resolvesse isso, isto, mas não, nada resolve. Nem o "já", nem o não ser já, ou alguma vez ter sido, na verdade o "nunca", basicamente.
E eu era gaja para fazer birrinha para resolver uma coisa assim, que não se resolve, se ao menos resolvesse...
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Tonta...
Escrevo para não fazer asneiras, e para dizer o que queria, mas não digo. Apetecia-me falar consigo, é verdade, mas não me apetecia ouvir o que oiço sempre, o sempre, o agora, sempre adiado para nunca ou quase nunca. O nunca, aquele lá no fim da lista enorme de coisas a fazer, e que se querem feitas. E isto cansa, cansa e magoa, e chega a um ponto em que nos exigimos mais, mais para nós. Temos de merecer mais, ou nunca teremos mais do que o fim da lista, o nunca, sempre adiado, ainda que apregoado de vez em quando em doces palavras que semeiam sorrisos no coração que já não se quer sentir. E que me fazem crer que, por vezes, os gestos, algumas palavras, por traduzirem o que vem de dentro, se sobrepõem aos actos, aos factos que não se alteram e que não vemos, quando queríamos ver.
Não lhe ligo, não lhe falo, não lhe escrevo, porque seria desilusão que iria escrever, que iria aparecer por entre as letras desnudas, e não quero, já chega, não tem culpa de eu me sentir assim, nem de não sentir em si o suficiente para encurtar a lista que vem antes de mim. Tenho pena, queria-o muito, queria acreditar que também me queria, que o que sinto encontrava espelho em si, mas não o sinto assim, e não mo mostra assim. Diz-me que não me quer ver assim triste, mas não me muda a tristeza.
Não lhe ligo, não lhe falo, não lhe escrevo, porque seria desilusão que iria escrever, que iria aparecer por entre as letras desnudas, e não quero, já chega, não tem culpa de eu me sentir assim, nem de não sentir em si o suficiente para encurtar a lista que vem antes de mim. Tenho pena, queria-o muito, queria acreditar que também me queria, que o que sinto encontrava espelho em si, mas não o sinto assim, e não mo mostra assim. Diz-me que não me quer ver assim triste, mas não me muda a tristeza.
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Meu amor...
22 dezembro 2010
Hoje descobri, apercebi-me, que há partes de mim que não são minhas, que me habitam por empréstimo. Partes que eu gosto que me fazem rir, querer viver e querer sentir, que me parecem tão minhas, mas que apenas sinto quando estás por perto de mim. Não perto aqui, mas perto cá dentro, perto em mim, quando me aqueces sem saber, quando me fazes sorrir e enlouquecer sem o sonhar sequer, quando me tens e nem me tocas.
Dou por mim a pensar que vou sentir falta destas coisas tão minhas apenas por empréstimo.
Vais levá-las contigo e eu, assim, devolvo-me a ti, em parte, por partes.
As minhas que são tuas, que deixarão de ser minhas, quando deixar de ser tua.
19 dezembro 2010
apetecia-me falar consigo
apetecia-me que aqui estivesse
a dar-me mimo e calor
chego à infeliz conclusão que não quero mais ninguém
que ainda não consigo querer mais ninguém
que só sinto amor e raiva e ódio por si
por mais ninguém
é estranho mas não há nada a fazer
não sei o que mais posso fazer
quero que me abrace
quero muito e não está aqui
e eu não sei o que anda a fazer
só sinto que não me quer, é a única certeza que tenho
e que eu o quero
muito
demais
sinto o seu cheiro e dos beijos fugidos
quero-o aqui e não está
não está ca ninguém
e se estivesse
nao estava, sem saber
12 dezembro 2010
08 dezembro 2010
O cheiro foi-se. Qual perdigueiro, bem o procuro por entre os meandros da tua presença passada, mas já foste, e levaste-te contigo, deixaste-me com pouco de ti por pouco tempo. Foi-se com a água, foi-se no ar que passa e o tempo arrasta, e de repente o meu nariz já não te tem debaixo. Já foste, nunca sei se voltas, quando voltas, como chegarás, como partirás, porque sempre partes e partes-me a cada vez que depois, qual perdigueiro, persigo o teu cheiro quando ele já não está.
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Música,
One apple a day
06 dezembro 2010
05 dezembro 2010
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