E hoje o dia amanheceu-me assim com a primavera na boca a calar o frio, com a recordação do teu olhar quente a mergulhar-me por baixo da pele, donde ainda não saíste, onde ainda te sinto e quero. O coração bate melhor, mas falha vários batimentos à ideia da tua falta, tiras-me o compasso de vida que às vezes ainda sinto no peito, desatinas-me o coração, desconcertas-me a vida que a alma ainda vai descobrindo de vez em vez. Os tons suaves pelo caminho, num misto de saudade, melancolia e um doce sabor a sonho entre os lábios. E os sonhos, com toda a força que possam ter, que possam beber de nós, com que possam ser sonhados, são frágeis como a primavera que deixaste esquecida na minha boca.
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