Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

01 maio 2012

Estava para acabar o blog ontem, porque nasceu numa altura em que a vida se me baralhou no coração, ou talvez o coração me tenha baralhado a vida, e quando me falta o chão preciso de escrever, de traçar um caminho de letras que me sirva de mapa para fora de mim. Passado pouco tempo percebi que estavas definitivamente em mim, e passou a servir para falar-me de ti, ou contigo sem ti, depois passou a ser uma comunicação à distância com o pano de fundo do silêncio, que tantas vezes me ensurdeceu, e depois, depois não sei, foi uma espécie de diálogo sob um véu com que me cobria.
Agora não sei.
Sei que falo sozinha ainda e sempre, contigo e sem ti.
Como quando me disseste que eu passava noites a escrever sem ti contigo, ou contigo sem ti.

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