Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

03 dezembro 2012


Quanto, quanto me queres? – perguntaste
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.
Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida

Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida…
Beijámo-nos então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar…
Não perguntes, não sei – não sei dizer:

Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.


António Botto





[... e depois, depois, é tarde. estamos perdidos.]

2 comentários:

CurlyGirl disse...

Não conhecia e adorei. Obrigada pela prtilha!

Eva disse...

Ainda bem, é uma das coisas boas desta coisa da blogosfera, poder partilhar coisas bonitas para poderem chegar a mais gente. Fico contente.
:)