Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

06 fevereiro 2013

É um trabalho duro, difícil, mas alguém tinha de o fazer...
paciência!!
Não chego para ninguém, ninguém me quer chegar, é assim, é virar-nos do avesso e aprender a estar bem sem ninguém. Ir endurecendo, ir vivendo e sabendo que não precisamos de ninguém para (sobre)viver. Irmo-nos fechando aos poucos, e agradecermos que ninguém nos incomode a tentar abrir a concha em que nos queremos fechar, precisamente para os deixar de fora, para deixar tudo o que possa doer, de fora. 
Os dias vão passando e o mundo vai-se fechando sobre nós. Uma carapaça sobre os ossos vai nascendo, argamassa de lágrimas, mágoas e desilusões. 
Um dia achamos que estamos bem sozinhos, que já nada nos chega pela concha fechada, nosso refúgio e segurança. E é assim que tem de ser, não vale a pena estar com quem não nos quer verdadeiramente. Se não chego, nem vale a pena partir.
Parto-me em retalhos para me refazer de novo, e para não voltar a tentar, para fechar o mundo para mim, e o meu mundo em mim. Esquecer-me que há uma diferença entre viver e sobreviver.

6 comentários:

do Paço disse...

Escrito a quente?
Faz-me sentido e conheço o sentido...

Gostava de falar contigo sobre este texto num dia em que acordasses sem concordar com ele (o texto..)

Ânimo.. Sobreviver não chega para pessoas como nós. =)

*

Eva disse...

Sim escrito a quente... e ainda quentinho... às vezes sai quase disparado. Há dias que custam realmente, e nem vale a pena falar deles, quanto muito escreve-se, que é uma maneira, paradoxalmente, de enterrar e de berrar aos 4 ventos...
é por sobreviver não chegar para pessoas como nós, que eu queria ser como as pessoas a quem chega. Estou farta e cansada de ser eu, preciso de férias de mim, das ilusões e das desilusões, das derrotas e das mágoas... preciso de me enterrar em qualquer lado e sair levezinha e outra pessoa. Quer desta não se aproveita nada.
Era disso que precisava...

do Paço disse...

Sermos comum iria matar-nos aos poucos.. Eva.

Sermos Maravilhosos (um dia explico-te o meu conceito de Maravilhoso :p) é exigente e nem sempre compensador.. Mas somos assim!

Precisamos de viver essas coisas desta nossa maneira! =)
*

Eva disse...

E ser assim não nos mata aos poucos?? a mim mata quase todos os dias, é uma agonia cruel, asfixiante, em que te deixam de quando em quando respirar só para prolongar a agonia...eu não acho nada de maravilhoso em ser assim. Maravilhoso é ser feliz, mesmo que seja à custa da ignorância, e da superficialidade, e da estupidez... só quem está de fora vê, o próprio só se sente feliz, está bem com a vida e consigo...haverá melhor?
... eu de longe preferia ser estúpida e feliz, e comum (que sou, sou igual a toda a gente só penso e peço demais) do que ser esta... coisa!!
(isto hoje está de facto mau, sombrio, por aqui...)

do Paço disse...

Como estás agora? =)

O Fim de semana.. ajudou a melhorar?

Espero que sim... =)

Eva disse...

... bom, na verdade, acho que o fim de semana ajudou a piorar, o que talvez seja bom, porque antes de se bater no fundo não se ganha balanço para inverter o sentido e começar a subir....
(há que ver as coisas pelo lado positivo... fundo, fundo volta que estás aperdoado e eu preciso de ter bater para voltar à tona...)
ehehehhehe
;)