Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

15 agosto 2013


Sinto-me terreno abandonado, árido, ao sol: nada brota, nada nasce, nem sequer morre. Nada semeia, nada colhe. O corpo parece morto, ressequido, esquecido, inerte, como um deserto seco de sombras. E é encharcada da escuridão das sombras que estou: falta-me a luz do olhar das tuas mãos, o toque quente do teu olhar; falta-me o sol dos teus lábios para me aquecer a pele, para beber a vida que me plantas, e que só tu sabes colher: faltas-me. E é este deserto que atravesso, e este deserto sou só eu, e onde os pés se cravam a fazer caminho - e que tantas vezes me engole -, é o que sinto.
Quando às vezes me acho menos só: quando acho que a distância me traz sozinha, mas não me leva na volta a tua ausência, descubro que é miragem: a realidade é o deserto.
O deserto sou eu com os pés cravados na areia que me escalda.

4 comentários:

do Paço disse...

Permita-me:

A Eva está a precisar de jantares de convívio mal combinados, com cada um dos amigos a trazer uma garrafa de vinh, mais risos e piadas na ementa!

Não te deixes levar nessa tristeza.

Combate-a da melhor maneira!

*

Eva disse...

pois... acho que tens razão... ando a precisar disso e mais umas coisas...
Bom Dia!!

do Paço disse...

Quinta da Bacalhoa! :p
Bons vinhos!

Por certo que a companhia terás de sobra!

Ânimooo :D
É sexta-feira! (Para mim, q trabalho, é óptimo!)

Eva disse...

Ahhhh pinga boa é coisa que não falta neste nosso Portugal... E é coisa que gosto!!! Quando em boa companhia então é delicioso mesmo que não preste!!
Quanto a companhia tens toda a razão não me falta: poesia, música e livros para ler, é coisa que não falta... Já doutro tipo... Já rareia, mas são poucas as pessoas que me fazem falta, são as que me dão a solidão as únicas que ma podem tirar... A pior coisa é alguém que está ao teu lado e não te arranca da solidão.