Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

25 julho 2014


"perdoa minha falta de calma em querer, não só te olhar tranquilamente, mas querer apalpar tua falta de serenidade. Eu não sei só te olhar sem te consumir.
Eu insisto em não sorrir ao lembrar de você, mas é inevitável. Meu riso, por ti, tem um balanço com gosto de brisa no mar; e se torna mais frequente e nítido quando vejo o teu nervosismo ao falar comigo.

Menino, deixa eu tentar te ensinar o quão tangente é essa coisa estranha chamada sentir.

Eu só quero teu desassossego bagunçando a minha paz."

Carol Souza, Voraz.

[sim, perdoem a minha falta de calma se não te sei olhar sem te querer consumir, e isso consumir-me a serenidade e os quereres. vejo-te sair do carro, fixo-me no teu pescoço passando pela boca de que fujo, e penso no nervosismo que ainda me derruba quando te vejo e não te posso consumir à la carte e bel-prazer. é tão estranha esta tangente pesada que sinto por ti do sentir da pele e do sentir por dentro da pele. é que sinto tudo ao mesmo tempo, tudo igual, tudo junto. É um querer cheio de quereres diferentes, é uma serenidade que dá e uma inquietação que me dá, que sempre me deste. E agora quero separar tudo e ficar imune. Agora quero saber sentir por fora sem sentir por dentro.]

4 comentários:

Mary Poppins disse...

"Eu insisto em não sorrir ao lembrar dele, de nós, mas é inevitável" ainda me é inevitável... Apesar de tantos motivos

Eva disse...

A memória é esquecida dos motivos...

Mary Poppins disse...

Mas o coração não devia ser. Que estúpida ligação é esta que nos faz continuar a amar em silencio quem fez de tudo para nos perder? Que estúpida ligação é esta com alguém que nos engana em tudo? Quanto tempo até ela desaparecer e levar consigo a mágoa e ansiedade?...

Eva disse...

Quem me dera saber isso, Mary... Acho que o problema está em as coisas boas nos marcarem tanto que fazem esquecer muitas vezes toda a mágoa que também nos fizeram sentir, todo o engano. É realmente estúpido mas temos tendência a perdoar e arranjar desculpa para tudo a quem realmente amamos e não nos corresponde, e tantas vezes nada perdoamos a quem nos amaria melhor.