Boa Noite
Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
16 dezembro 2014
Há vezes, como hoje, em que uma pessoa sente tanto algumas coisas que parece sentir as paredes da alma arranhadas por um grito mudo a rasgar um momento desavisado, que se prolonga nas garras da memória pelo dia adentro. Como hoje. Sente-se tanto que dá a sensação de que não o estamos a sentir sozinhos, como se parte daquilo não fosse nosso mas chegasse a nós a sentir, como se do outro lado do grito houvesse outra boca faminta, outra alma que rasga. Sente-se tanto que parece que sentimos por nós e por quem não sente, mas sentimos como se sentissem. É uma coisa que abalroa de dentro, que não se trava, mas que nos cristaliza. Quando ao fim do dia se expõe tudo à luz que o dia engoliu, percebe-se que a sensação é uma realidade inventada, que a sensação é só um engano. Um engano, que de tão sentido, se enganou anos a fio à procura da outra ponta do fio, onde o engano se desenganava e a realidade não se inventava. Vivia-se, a par, num grito de sentir tanto. Tanto engano, afinal.
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