Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

09 fevereiro 2015

E não sei porquê, lembrei-me agora daquele fim de noite, já pintado com as cores frias da manhã, em que te vi ao longe... vi a cena toda de longe, não querias ir, não querias entrar no carro. Eu a ver-te, e de repente saíam-me da boca para dentro as palavras "não vás. se me amas, não vás". Palavras que nunca te disse, palavras que nunca te diria, que confessei surdas apenas a mim. E as palavras seguiam-se, as mesmas, desenfreadas, tanto quanto seria possível a repetição acelerada sem comer letras, nem futuro. E tu insistias que não querias, não querias entrar no carro, não querias ir, mas foste, mas entraste; vencido pelo cansaço, como sempre, ou pela vontade do mesmo que não muda. Nunca saberei. 
Entraste, eu calei-me para dentro e para fora, engoliste-me o futuro.
Deixaste-me o presente de não me amares para o futuro.
Ou de nunca me teres amado em tempo algum.

4 comentários:

Joao Joannes disse...

Gosto deste expressao dos antigos...
" se não ficou, é sinal que não era para ti"

E com tanto engolir de palavras é sinal que ainda tens bom estômago, a digestão é que demora mais um pouco mas... temos de nos alimentar mais vezes e com uma alimentação mais cuidada.

Bom dia

Eva disse...

Pois, realmente se não ficou é porque não quis ser para mim, isso é certo.
pois... acho que tenho de começar a ter mais cuidados com a dieta...
Bom Dia :)

Joao Joannes disse...

Não te prendas a dietas... Lambuza te, digo eu claro.
Bom dia :)

Eva disse...

:))