Velo-lhe o sono e os sonhos, e tento acordar-me dos últimos tempos.
Olho-a e sei que é poesia, a única poesia que agora consigo trincar com a alma. O resto são palavras que hoje nao passam da porta, que alma não vê nem come. Talvez a alma não seja mais que a poesia do nosso olhar, enquanto a vida não lhe fecha os olhos e arranca os dentes.
Guardo-lhe o sono e os sonhos, e tenho medo que sonhe demais, porque sonhar demais, tarde ou cedo tranca portas que tarde ou nunca nos libertam.
Neste olhar doce sobre a sua doçura encerro amarguras e medos.
A fuga nao me cabe noutro olhar.
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