Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

30 junho 2015



"Copiaste? Fizeste bem.
Copia mais, sem canseira.
Copia, pilha, retém.
É a única maneira
De não escreveres asneira."


Fernando Pessoa
(heterónimo Joaquim Moura Costa, pode ler-se aqui)

Se há coisas que me irritam é a falta de honestidade, qualquer uma mas aquela que procura usar as coisas dos outros apenas para se parecer melhor aos olhos dos outros dá-me a volta ao estômago!! Quem precisa das ideias dos outros, das palavras dos outros, para parecer bem, para dizer coisas interessantes ou bonitas, para parecer inteligente ou sensível, deve-se sentir uma verdadeira merd@ por precisar do que não é seu para os outros o apreciarem, o elogiarem, o considerarem.... isso deve ser terrível, saber que precisam disso, porque sem isso afinal não são nada, ou não se acham nada!! Têm de enganar, mentir, manipular, para parecerem ser alguma coisa que acham que vale a pena. Entristece-me tanto isto quando o vejo vindo de alguém próximo, muito ou pouco, não interessa, é aí que percebo que é uma coisa tão disseminada, e tão rasteira, que vejo-a em todo lado. Mas nesta não me duvido, estou certa de que é deplorável... é tão feio, tão baixo, tão reles!!
Que não gostem do que eu escrevo, que chamem lamechice ou outros adjectivos que tais; que não concordem com as minhas ideias, que as refutem, contra argumentem ou ignorem; que gostem ou não gostem de mim; que me adorem ou me detestem... uma coisa eu tenho a certeza: é de mim e das minhas ideias, do que sou: o que vêem e avaliam sou eu. Prefiro que me detestem assim, genuinamente, do que me adorem se me fizer quem não sou... porque aí gostam de uma pessoa que não existe, é uma espécie de personagem-"artista", de teatrinho barato nada artístico, de desonestidade.
Bem sei que o maior elogio que nos podem fazer é copiarem-nos, eu sei; porque, lá está, quem não tem ideias próprias, ou cabeça para pensar, ou capacidade para dizer as coisas de certa forma, copia, e copia sem dizer de onde, fazendo-se passar por original, porque  de original não lhe sai nada, ou nada que os próprios achem de jeito, pronto. Copiarem é por isso sempre um elogio ao que é copiado, a quem é copiado, o problema é que quem o recebe não o merece. Raramente o elogio chega ao verdadeiro destinatário, porque raras vezes os copiados têm conhecimento (aliás como não o têm quando são válida e correctamente citados, mas aí ninguém está a roubar nada ). Eu fui copiada algumas vezes, e dessas soube algumas ( e sim foi um elogio, claro!!), mas sei de tantos casos desse género, que me irrita. E sempre que posso, corrijo-os. Acabei de fazer uma dessas correcções, e esta desiludiu-me, veio de demasiado perto e é demasiado feio, mau, reles, rasteiro. 
Que maneira de começar o fim de tarde, irra!!

Sem comentários: