Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 junho 2015

Final de dia, a luz a lamber o horizonte devagar, a deixar-se ir, 
quente e lânguida, pela escuridão da noite que a abraçará. 
Uma mesa de café, uma brisa que refresca, uma companhia que arrepia a espinha e o sorriso malandro. É disso que ainda sinto falta, dessa sintonia, do rir no mesmo tom, do tocar nas mesmas cores, do olhar com o mesmo querer, de ler a mesma música sem haver pauta. Ou parecer. 
O que me faz falta, também, é a pele, como que me esqueço que me veste, esqueço-me que existe, 
não se arrepia a não ser de frio, não aquece a não ser por fora. 
Preciso de alguém que volte a fazer-me sentir,
 voltar a vestir a alma na minha pele, anda há demasiado tempo nua e perdida. 
A alma precisa de pele e a pele precisa sentir a alma. 
Ainda não sei dividir-me e ainda me falto inteira. 
E faltam-me fins de tarde assim. 
E começos de dia. 
E noites.
Inteiras.
Inteiros.

Bom Dia

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