Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

13 julho 2015


"Repara que é daqui que nasce o medo.
E se alguém te faz sentir mais forte?
E se alguém, que já houve, te torna mais forte?
E se alguém, por te tornar mais forte, me torna mais fraco?
Foda-se, e se alguém te faz querer gritar? Como tu me fizeste querer berrar por ti em todos os cantos do mundo."

O miúdo a costurar o medo do medo.

Este é um medo que entendo.
É um medo que tenho se amo.
É um medo que quem sempre disse ter medo de tudo nunca teve. 
Talvez para ter este medo seja preciso querer gritar pelo outro, num grito que nasce bem dentro do peito, onde guardamos quem queremos, quem precisamos sentir perto, quem queremos agarrar no silêncio do berro que calamos por medo, quem abraçamos no vazio que o desespero enche por medo de um dia não mais abraçar, não mais poder gritar, não mais ter medo de perder, por já tudo estar perdido. Por haver naquele peito a vontade do grito por outro alguém que o faça mais e melhor.

2 comentários:

Unknown disse...

Querida Eva,
Neste caso seria "o pequeno post dos grandes medos".
Um beijo,
Outro Ente.

Eva disse...

Querido Outro Ente,
Seria, se conseguíssemos medir os medos. Parece-me que, se verdadeiramente temidos, todos são grandes.
Boa noite.