Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

08 junho 2010

Não gosto que me trate como uma desgraçadinha. Então acha que estou sozinha e abandonada?? Pois bem, não, não estou abandonada. Estou como escolhi estar. Como decidi estar, não deixo as decisões da minha vida em mãos alheias. Sozinha sim, abandonada, não. Posso não ter muita saída, posso não ser muito atirada, posso não ser nada de especial, mas se quisesse mesmo e qualquer coisa servisse, se calhar arranjava companhia. Ou não, mas de facto vendo a coisa dessa perspectiva dá para perceber muita coisa. Obrigadinha, faltava-me esta. Eu oiço cada uma!! Mais nenhuma perola?

04 junho 2010

É estranho como as palavras, que deveriam ter um significado comum a todos, ser um código de entendimento, são também tantas vezes apenas desentendimento. As pessoas dizem uma coisa, a outra ouve uma coisa diferente... Depois surgem desentendimentos mais profundos porque as palavras também pautam as vidas, mas silêncios há que gritam mais que o seu próprio vazio. Há desentendimentos por palavras a mais, a menos, mal ouvidas ou apenas caladas. Mas isso eu entendo, o que eu não consigo entender é como é que palavras como gostar, adorar, amar, podem ter tantos entendimentos diferentes e tão, mas tão, desentendidos. Porque gostar é querer bem, é querer ver o outro feliz, é querer saborear-lhe o sorriso e senti-lo nosso. Gostar não pode ser gosto agora mas daqui a pouco já não sei, não pode ser gosto de ti mas se te magoar, paciencia! Não pode ser adoro-te, mas não mudo a minha vida. Não pode ser, como mudei a minha vida agora parece que já não te amo. Não pode ser gostar, adorar, amar e falharem outras tantas palavrinhas como respeito, como consideração, como compreensão. Depois chega ao ponto em que as palavras são armas de arremesso, quando os sentimentos que recheiam o seu significado apodrecem, e de repente alguém que se amou serve de alvo fácil à pedrada, sabendo precisamente quais as pedras usar para mais estragos causar, para mais dor provocar, para mais derrubar o outro, e todas as recordações boas que este possa querer guardar. E aí, palavras para quê?

02 junho 2010

Não sei como,
Não sei porquê,
Nem donde nasceu,
Mas aquele olhar assaltou-me
Analfabeta para o ler,
Senti-o aconchegante,
Duma doçura quente
Apeteceu-me entrar nele
Fazê-lo a nossa casa,
O meu lar.
Deitar-me nos seus sonhos,
Embalar-me nas suas músicas,
Encostar os meus medos,
Beber toda a sua ternura
Comer o seu desejo
Descansar a realidade,
Adormecendo na sua luz.
Mergulhar na escuridão
Lançando-me no abismo...
Será tudo isto este olhar?
Ou será apenas
O vazio
A reflectir o meu?
(??)

01 junho 2010

I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt
He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms

And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candle burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms,
O Lord
Into my arms

31 maio 2010

"Mais triste do que amar um homem que não nos quer, é amar um cobarde que nos quer, mas não luta para nos ter." ...Infelizmente verdade... encontrada por acaso, e como que encaixou exactamente no espacinho certo para esta conclusão, como uma peça dum puzzle imaginário, que por vezes não queremos ver, porque não gostamos da imagem das peças que o puzzle vai juntando...

30 maio 2010

Entraram no pequeno hotel encaixado algures nas ruelas do centro da cidade a rir, pararam em frente à porta e olharam um para o outro, um olhar que não via, sentia, um olhar que sabia encontrar o fundo do outro mesmo à beira de si mesmo. Nasceu-lhes um sorriso nos lábios como se os dois tivessem pensado o mesmo, tivessem acabado não a frase, mas o pensamento do outro, e o ponto final fosse esse sorriso. O luar deixava ver o brilho nos olhos dele, sempre semicerrados, sempre semisorridentes e sempre cheios de ternura que as mãos se encarregavam de comprovar a cada toque, que os lábios faziam sentir na pele. Abraçaram-se, ela em bicos dos pés, os saltos faltam às sapatilhas e a altura falta ao beijo que lhe dá, meia a rir. Beijo feito, abraço desfeito, ele abre a porta do hotel. Hotel pequeno, de charme, como ele dizia, recepção à meia luz, o numero do quarto. Com a chave do 15 na mão, subiram as escadas. Ela à frente, ele atrevido atrás. Ele era sempre assim, atrevido, malandro e a faze-la rir e resmungar ao mesmo tempo. Chegaram. Abriu a porta e entraram. Ela tirou o casaco, ele foi à recepção tratar do esquecido pequeno almoço na cama do dia seguinte. Enquanto isso ela acendeu as velas com um sorriso malandro, tinha-as comprado há pouco sem ele dar conta, numa das barraquinhas por que tinham passado. Acendeu-as e espalhou-as pelo chão ao lado da cama, em cima da cabeceira da cama, nas mesinhas, o ambiente ficou aconchegante, nem luz a mais, nem a menos. Ocorria-lhe agora que ele já lhe dissera como ela ficava bonita à meia luz, com as sombras a passearem-lhe no rosto, e olhava para ela para decorar, para fotografar na memória, o momento. E nunca lhe disse, nunca lhe respondeu que não precisava, que o seu rosto e o resto eram dele, não precisava da memória, tinha o original sempre, bastava querer. Nunca lhe disse, mas estavam ali, e voltou a sorrir. Abriu a janela, com a noite amena ouviam-se os sons da movida, das gentes que passavam a caminho de algum lado, ou vindos de algum bar. A lua ao fundo, repleta, a inundar o canto do quarto, dava ares de noite de verão, embora não fosse. Acende um cigarro e conta as estrelas para entreter os pensamentos. Algo nela tremia, mas tremia sempre, algo ansiava, mas sempre fora assim desde que se entregou a um sentimento que não conseguiu conter, contrariar, anular em si, descobriu-lhe vida própria, que lhe fazia tremer as pernas e qualquer coisa dentro do peito. E estava assim, quando ouve a porta a abrir, ele a entrar e cortar a luz do luar, lindo, dela, com silhueta de Deus grego ( e ri-se a pensar isto), e muito malandro, a rir, a denunciar o reconhecimento do território ligeiramente modificado. Abraça-a pela cintura, puxa-a para si, e ela, meia envergonhada nem sabe bem de quê, aninha-se nele e naquele seu cheiro quente que a inebria desde os dias em que o cheirava ao longe e começava a rezar sozinha que era doida... Ficam assim algum tempo, em silêncio quebrado só pelos beijos que trocam. Ela olha para ele e pergunta-se se ele saberá, se ele sabe como é bom tê-lo, como é bom senti-lo, como é bom estar ali, como é bom o que sente. Só assim, só no silêncio da paixão, sem ser preciso palavras, mas sem atrapalharem quando aparecem. Olha outra vez para ele e ele observava-a, e responde ao ar interrogativo dela dizendo-lhe que a adora, e que ela é linda com as sombras desenhadas pela luz das velas a dançarem-lhe no rosto. Que quer olhar para ela para a guardar na memória.

25 maio 2010

Quanto mais perto me sinto, mais o afastamento custa, quanto mais apertado o nó, mais custa a desapertar. Custa-me sempre o raiar deste afastamento, doi-me cada vez mais vê-lo afastar-se de mim, levar-me uma parte de mim que me faz feliz, que me põe os olhos a sorrir e a felicidade a morar-me na alma, por me sentir perto, por o sentir meu. Mas a cada desapertar do nó, de cada vez que sinto a alma desalojada, preciso de mais força para perceber a distância que se impõe, para aguentar o anoitecer do nosso calor que chega com o amanhecer do sol que desponta num novo dia que não apetece.

23 maio 2010

Nunca me senti assim... nunca me senti tão completa, tão viva, tão feliz e ao mesmo tempo tão infeliz, tão sem esperança de poder, de conseguir viver plenamente o que sinto... e isto parece-me tão cruel... como é possivel que sinta e veja coisas que me são vedadas? que eu não posso viver condignamente?... e começa a ser tão pouco, a saber-me a tão pouco o tanto que tenho e sinto... na verdade nunca estive assim... mas começa a não chegar, começo a sentir-me aprisionada nos movimentos, no tamanho dos sonhos, preciso de mais espaço para poder dar mais passos, de viver mais, de usufruir mais esta coisa fantástica que encontrei em mim e que bebo dele, este gostar tão lindo, tão incondicional, tão natural e tão forte... ele diz que tenho uns olhos lindos, mas não percebe, não vê, que só são lindos desde que começou a olhar para eles, que é ele que os faz lindos, e eu sinto isso, sinto o meu olhar tão diferente quando olho para ele, sinto o meu olhar feliz, completo, como se nada me faltasse, como se ele me bastasse para pôr a felicidade nos meus olhos, e eu não a vejo, mas sinto-a e sinto que ele a vê no meu olhar. Mas eu não consigo desvendar o seu olhar... não consigo ver além do carinho e da ternura que bebo deles, não consigo ver os seus sonhos, se os sonha, se me sonha, se os meus olhos vão no seu olhar quando se despede, quando se afasta de mim, ficando sempre em mim e em tudo em que o meu olhar poisa...

20 maio 2010

Há sítios estranhos que descubro em mim... recantos que não conhecia... e que se apagam quando me venho embora... como ossos que não sabemos que temos até mergulharmos o pé em água gelada e pela dor descobrir peças que não conhecíamos... com ele é assim... como descubro outras em mim, que se esquecem que são, que existem, quando não tenho os seus olhos nos meus, a sua voz no meu pensamento, as suas mão nos meus sonhos... Há partes de mim que não existem, ou que não sabem que existem, quando o deixo... e depois vem a mágoa, a dor, a razão e a realidade arranhar-me a alma e rasgar-me os sonhos... e sinto que morro um pouco... Penso o que pensará... penso o que sentirá... sinto que saber me acordaria, me ajudaria a desembrulhar o novelo em que me fechei, em que me despedi da minha vida e das realidades banais, sem ter ainda chegado a lugar algum... como se tivesse partido numa viagem sem destino que o destino me arranjou, e não saiba onde, nem como, nem quando chegarei a um porto que me acolha... sabendo que quem partiu não existe mais... não sei como chegarei ao fim do caminho... em que me tornarei? quem serei?... se afinal esta sou eu? como andamos tão escondidos de nós? tão fugidos de nós? porque temos tanto medo de nos descobrir? de nos magoarmos? se tudo faz parte?... de nós? até a cobardia... Penso em todos os caminhos que não vi... todos os recantos que não encontrei em mim... todas as gavetas fechadas que tranquei para a tentação não me assolar a curiosidade.... e afinal... mesmo trancadas, pessoas há que não precisam de chave... são a chave! e todos os medos, todos os pesadelos, todos os fantasmas lhe fogem à passagem, tomando conta da metade de mim que não é minha, sendo minha por ser dele, roubando-me os pensamentos, alimentando-me a alma e matando-me a razão... e abandonando-me ao desprezo da realidade que me mata a cada dia. Quantas chaves não terei visto? Quantas gavetas por abrir? E quando e como fechar esta? e com ela toda a luz que me inunda ? que me aquece e me cega?

12 maio 2010

Dum lado o silêncio do outro não sei o que é, mas vai saindo. Como é que as palavras conjugam tão pouco com os actos? o que fala a verdade? será que há uma verdade? qual será a minha? qual será a dele? será que nestas coisas há verdades, ou só o que aparenta ser a realidade? será que o que eu sinto é apenas a aparência de um sentimento? pode ser... mas então o que é a realidade? que vida é esta que nos inebria pelas aparências? que nos dá o luar mais bonito e corta-nos no comprimento dos braços para o alcançar!! se o alcançassemos veríamos a sua beleza, apercebíamo-nos dela sequer que fosse? sou uma estupida chapada e não aprendo nada, a não ser a desaprender... a desconstruir... sinto-me sem forças... não consigo sequer chorar o que a minha alma grita, berra e esperneia... às vezes... muitas... sinto-me uma fraude, uma fachada ôca... desmoronada por dentro... sem estrutura... e a aparentar a maior solidez... estou um caos e vou piorar... tudo é dificil, e sinto-me tão sozinha que já não sei se estou só, se sou só. Irremediavelmente só. Se calhar não é uma fase, é o meu caminho. Às vezes a solidão é disfarçada... não parece que estou só... mas logo depois parece que nunca deixei de o ser... É tudo tão complicado.... como raio se resolve uma pessoa? como é que eu me resolvo? quero quebrar este enigma da maneira de eu ser... de querer tudo e se calhar não querer nada... querer só querer alguma coisa... alguma coisa que me faça caminhar, acordar, viver e sentir. Estou tão farta disto, da vida estupida de todos os dias, e dos dias que não são todos e são diferentes, e deviam esses sim, ser todos... mas e depois? deixavam de ser bons? apetece-me fugir e ir para um sitio onde não tenha de existir, onde não tenha de pensar, onde não tenha de resolver nada, e onde não tenha de me ver, nem me ouvir... E onde gostem de mim por eu não ser nada... sendo, talvez assim, alguma coisa.

11 maio 2010

Os dias passam
As noites sucedem-se
E tu não passas
Ninguém te sucede...
Sinto o tempo passar-me
E não te levar de mim
Sinto o vazio a completar-me
E tu a não desapareceres de mim
Sinto o fim a aproximar-se
E em mim não encontro o fim de ti
Sinto o medo a apoderar-se dos meus dias
E a inundar-me as noites mal adormecidas
Sinto a razão a gritar-me
E o teu olhar a calá-la em mim
Sinto o coração a segredar-me que sentes
E a tua razão a emudecer-nos aos dois...
É urgente outra voz em mim...
Que me cale o canto de sereia
E que de enxurrada varra de mim as tuas canções

09 maio 2010

segmento de recta

Há muitas teorias para as relações, aliás o mais fácil é mesmo teorizar, porque na verdade, acho que as que correm bem devem ter tanto de aleatório e de bom, como ganhar o euromilhões. Mas dei por mim a pensar que construir uma relação não é muito diferente dum segmento de recta, sendo que os dois pontos extremos representam, cada um, o nosso eu. Assim, a relação consiste em unir estes dois extremos, estes dois individuos, e este caminho pode ser feito de muitas e variadas maneiras, pode-se começar num extremo e percorrer todo o caminho até ao outro ponto. Aqui só um é que trabalha, e o outro espera que tudo corra bem. Só. Depois temos a hipotese de os dois iniciarem o caminho em direcção ao outro e encontrarem-se algures no meio. Isto é bom. E é bonito. Os dois fazem um esforço, os dois procuram encontrar-se, e fazer a sua parte do caminho. O que me parece mesmo muito utópico é achar que se encontram no meio. Há sempre um que anda mais que o outro, há sempre um que faz mais pelos dois, há sempre um que quer mais, e há sempre um que acaba por se cansar mais. A unica grande diferença para o segmento de recta é que nunca é feito pelo caminho mais curto, nunca é uma recta. Nem perto disso.

03 maio 2010

Há coisas improváveis... não há? Mas pelos vistos possiveis e de uma beleza surpreendente... As minhas flores preferidas não são as rosas, nem mesmo as orquideas que até gosto bastante, nem as tulipas que são raras, são mesmo as margaridas ou os malmequeres que é o mais parecido que cresce lá no quintal... mas quando faço bem-me-quer, mal-me-quer calha-me sempre o mal-me quer!! mas eu continuo a fazer... porque há coisas improváveis...

01 maio 2010

Quantas letras?
Quantas palavras abarca?
Quantas cumplicidades o sustentam?
Quantas conversas labirinticas o fazem?
Quantos reflexos para nos vermos espelha?
Quantas tolas partilhas fazem o seu quotidiano?
Quantas saudades o fazem desesperar?
Quantas ansiedades nascem das ausências?
Quantas recordações o despertam contrariado?
Quantos olhares o definem?
Quantas gargalhadas vivem nele?
Quantos sorrisos o fazem respirar?
Quantos mimos fazem o seu calor?
Quantos rosnares quentes aquecem os silêncios?
Quantos beijos de paixão carregados de ternura o alimentam?
Quantas vontades emergem sob esta lua selvagem?
E quantas luas passarão até esgotar este luar?
Em quanto tempo este sentimento se dissolverá apenas em letras
Não havendo palavras que o digam?
Ou dicionários que o expliquem...

30 abril 2010

Não queria estar com ele, estava muito triste, muito estranha, e não devia estar com ele com aquele estado de espirito, mas ligou-me, e acabou por me perguntar onde estava e foi ter comigo, e saiu de lá da maneira que eu não queria. Triste como eu. Não sei o que pensou, ou o que viu nos meus olhos, quando a certa altura pediu que olhasse para ele, e eu a olhar e a rezar que ele não visse nada do que me ia dentro. Disse que tinha posto os pés no chão, viu alguma coisa que o fez pôr os pés no chão... não sei o quê. Depois disto foi-se embora, ia-se embora sem um beijo sequer, abriu a porta do carro e eu disse-lhe que os CDs que estavam na porta eram para ele, pegou neles agradeceu e deu-me um beijo na cara. Foi-se embora. Fiquei. Fiquei a olhar para a paisagem e apeteceu-me que todas aquelas arvores me levassem, que me arrancassem todo o oxigénio do peito, que me espalhassem por todos os ramos, de todas as arvores que via naquela imensidão, que me espalhassem de tal forma que me esvaziassem de mim, que me levassem de mim e eu deixasse de ser eu. Que em nenhum bocadinho delas me reconhecessem, que eu deixasse de ser, de existir, como sou, que a alma se dividisse e subdividisse de tal forma que me tornaria irreconhecivel até para mim, tornando-me para sempre irreconhecivel. Não quero sensibilidades, não quero vontades, não quero ideais ou sonhos, amputem-me isto tudo e nascerei novamente sem ser eu, podendo assim ter esperança de um dia não ter de pedir para que a alma das arvores seja a minha, espalhada e irreconhecivel.

18 abril 2010

"The brick walls are not there to keep us out. The brick walls are there to give us a chance to show how badly we want something. Because the brick walls are there to stop the people who don’t want it badly enough" Randy Pausch

15 abril 2010

E agora? Sabe-se sempre como começa, mas nunca sabemos onde nos leva... só o tempo nos leva pela mão e nos mostra...

23 março 2010

E se a atravessarmos e depois a queimarmos? Se a atravessarmos e depois chegarmos è conclusão que se calhar não a devíamos ter atravessado? Na verdade acho que todas as pontes atravessadas deviam, ou são de qualquer forma, sempre queimadas. Não se consegue apagar a vida tentando percorrer o mesmo caminho em sentido inverso. Um passo dado, vivido é uma distância percorrida que em nós jamais é apagada. Podemos até voltar ao mesmo sítio, mas nunca apagando o caminho, sempre aprendendo com ele. Na vida nunca se percorre o mesmo caminho duas vezes, porque se o repetimos já não retiramos dele o que já retirámos, já não olharemos as coisas com os mesmos olhos, já não nos surpreenderemos com a paisagem, com os sons, com os cheiros, como da primeira vez. Atentaremos agora a outras coisas, não melhores, não piores, outras, outras que não vimos da última vez que percorremos esse mesmo trilho, por isso verdadeiramente nunca um caminho se repete, porque cada passo dado é um passo vivido, que passa a ser parte de nós, não pode ser apagado de nós, tal como a amarga palavra dita nunca poderá ser recolhida depois de dita. Poderá ser perdoada, mas não negada.