Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

05 setembro 2013



“Tinha um pouco de cerveja na geladeira e ficamos lá sentados, conversando. E só então percebi que estava diante de uma criatura cheia de delicadeza e carinho. Que se traía sem se dar conta. Ao mesmo tempo se encolhia numa mistura de insensatez e incoerência. Uma verdadeira preciosidade. Uma jóia  linda e espiritual. Talvez algum homem, uma coisa qualquer, um dia a destruísse para sempre. Fiquei torcendo para que não fosse eu”


Charles Bukowski, Crônicas de um amor louco

[a consciência dos homens é uma coisa deliciosamente retorcida e inconsciente. não se consegue viver com eles, e ainda assim, não se consegue viver sem eles - alguém disse e eu fixei, não sei quem. ]

03 setembro 2013

Ora este é muito mais o meu género....
Não há mocinhos a dançar um Tango como deve de ser, só Homens!!
Isto sim é uma coisa à séria, que eu ainda hei-de aprender, é menos colado,
 mas eu diria que só faz aumentar a paixão, a sensualidade, da coisa... 
mas pronto, isto sou eu...
que acho que o Tango é das coisas mais fortes, intensas e vibrantes de se ver dançar quando é bem dançado, 
tem todos os ingredientes para ser explosivo: paixão, desejo, sensualidade, muito sal e ciúme à mistura...
Tang@-me...



Ora aqui fica uma dancinha muito ....ham hum haammm pronto, enfim, vocês percebem, com um mocinho que pronto, enfim... hammmm hammmm hummmmm... vocês percebem... e lembrei-me disto porque ontem quando a B me mostrou isto - que, não sei porquê, gosta muito deste mocinho.. não faço ideia porquê, mas pronto -, eu achei piada ao Kizomba, sendo que no outro dia uma amiga me sugeriu irmos para as danças latinas, ou um workshop de Kizomba, ou assim, e eu disse... 
- humnmmm não me parece, com a sorte que eu tenho ia-me sair como par um gajo feio e malcheiroso... 
- ahhhh mas aquilo é muito sensual e tu deves ter jeito...- responde ela,
e eu só consegui responder que com um gajo malcheiroso não me consigo lembrar de nada sensual a não ser a recomendação dum banho urgente e bem longe de mim... Já com este mocinho, aqui a B disse ( e eu escangalhei-mer a rir...) "com este eu dançava até a Machadinha!!" ahahhahaha muito Bom!!"
Deve ser porque ele dança bem, claro, e tem um sentido de humor muito contagiante (e esperemos que não seja malcheiroso...)... e vá com este eu também tentava dançar uma kizombada, mesmo sem nunca ter tentado a façanha...
Bom Dia!

30 agosto 2013


(...) os naufrágios são belos
sentimo-nos tão vivos entre as ilhas, acreditas?
E temos saudades desse mar
que derruba primeiro no nosso corpo
tudo o que seremos depois

«Pago-te um café se me contares
o teu amor»

José Tolentino de Mendonça



[...se me contares o teu amor, se me ensinares o que eu já sei e não quero saber que sei. Não contes nada, fala-me em beijos desse amor que tens, explica-me o amor como se eu não o soubesse já, como se eu não soubesse do café amargo que me fica na boca cada vez que me contas do teu amor. Os naufrágios são belos, mas não o que seremos depois deles... Dou-te o resto duma vida, se me beijares o teu amor inteiro e me salvares do teu naufrágio.]
...hummmm???
un (a)petit??
avec moi?
Bom Dia

27 agosto 2013


Palavras para quê, 
se deixas na ponta dos teus dedos 
a minha pele por escrever?

Um livro em branco,
mudo,
cheio de mundos à espera de gritarem,
todo escrito por ti.

Palavras para quê,
se as palavras só existem
se dedilhadas por ti.

Boa Noite

26 agosto 2013

'Bora lá... todos floridos!!!
Isso, queria ir de vespa e flores no coração...
(a vespa não posso ser eu a conduzir, não tenho lá muito jeito...)
Bom Dia

han han... só boas intenções...
Boa Noite

25 agosto 2013


Acordaram-me.

O som duma mensagem que abri e dizia "olha-me esta lua"... Mas não era a lua que se via, era uma pessoa. Era a pessoa em quem penso quando não estou a pensar.

Vim fumar um cigarro cá fora. 
Vi esta lua, preferia ver a outra, mas não é recíproco.
Nunca me prefere a mim.

23 agosto 2013

Verdade!!...é mesmo!!


Caetano...catano, adoro a música deste homem!!!
...sofrer a eterna desventura de viver...


"Já lhe tinha beijado a boca e o pescoço. E esfregado a mão suada na dela. Sentira-lhe o hálito adocicado na ponta da narina esquerda e lambera-lhe o lóbulo da orelha direita. Ele já lhe fizera quase tudo. O “tudo” dos amantes. O “tudinho”. Eu disse-lhe que não. E argumentei solidamente perante o “mas.. mas…” atarantado.
Já conhecia cada centímetro cúbico das suas ancas.
“Não é aí”, disse-lhe. “Não é aí que mora a intimidade, homem!”

Os cafés chegaram à mesa, esperei pela saída do empregado para continuar.
“Olha lá, a intimidade de quem ama, ou gosta, ou deseja, só tem os nossos limites, certo?”
Levantou a sobrancelha e encolheu os ombros. Enquanto ele descrevia, subtilmente, o seu universo do “tudo”, recordei-me de um amigo, nas noites quentes do Seixal beira-rio, perdido na insensatez dos seus 19 anos dizer-nos “Pá, sexo oral com a nossa mulher, a mãe dos nossos filhos? Não. Fogo, nem pensar.” Isso seria coisa para “as outras”. Aquelas que desejamos mas com quem nada construímos. Como se houvesse um limite intransponível de intimidade com quem a mesma deveria ser plena. Voltei à mesa do café. Ele parara a descrição suculenta dos detalhes do amor e folheava, agora, os jornais.
“E já dormiram juntos?”
“Já!! Então, não te estou a dizer que fizemos tudo?”
“Está bem… mas dormir. Eu digo dormir. Ressonar. Fechar os olhos! Esse dormir!”
“Ahmmm…”
Ele olhou para mim com a nítida expressão do já me lixaste.
“Ohhh, lá estás tu… e isso é assim tão importante?”
É.

Contei-lhe uma história… uma viagem que fiz, em trabalho, à África do Sul. Em Durban, tive um motorista cuja sensibilidade ia muito além da memória fotográfica para ruas e da avidez para não parar em semáforos. Mtunzi era um homem fora de série. Um dia, em tom de confissão, contou-me… tinha apanhado, no aeroporto, um cliente. Casado, também ali em trabalho, o homem pediu-lhe para seguir para o hotel e, pelo caminho, lá lhe perguntou…
“Where can we find women, here. Beautiful ladies… hum?”
Mtunzi, a cortar a curva com a ternura de um talhante, lá lhe disse:
“What kind of women? The one you pay or the one you may fall in love?”
O cliente riu-se. E percebeu que a coluna afectiva do motorista era inabalável. Não mais abriu a boca durante a viagem.
Há coisas que não fazemos com quem se paga. Ou com quem o “tudo” é outro “tudo”. O meu amigo continuava incauto a mirar-me.
“Como assim?”
Sorri-lhe.
“Já lhe tocaste nos pés?”
Riu-se. Insisti.

O amor não está na juras ou promessas. Nem na liberdade dos teus dedos no corpo dela. Está nos pés. Naquele momento em que os teus tocam nos dela. Frios ou transpirados, sujos ou lavados, de unhas cortadas ou compridas. Quando os pés dela se esfregam nos teus e ali ficam.
É aquele instante tabu, em que a âncora do teu corpo tenta entrelaçar-se no outro. Em que ofereces a tua base. O teu sustento. O teu equilíbrio. Está aqui e é teu.
Não há intimidade maior, nem oferta mais doce. Quando, indiferente ao que aqueles cinco dedos comportam, deixas o teu dedo grande passar-lhe pela palma do pé. Quando sentes a rispidez da pele do calcanhar na barriga da perna e prendes, em pinça, os dedos dela nos teus.
“E, então? Já lhe tocaste nos pés?”

Disse-me que não, cabisbaixo. Mandei-o para casa. Fazer “tudo”. "

Roubado daqui., escrito pela mão da Rita Marrafa de Carvalho.

DELICIOSO... as pessoas não fazem ideia do "tudo" que podem ter... e às vezes eu gostava de também não ter, torna muito reduzido o que nos pode preencher depois do "tudo" tido e perdido. Há coisas de que raramente e dificilmente uma pessoa se refaz. 
Uma terrível nostalgia e melancolia por aqui hoje.
Tristeza e saudade.
Uma vontade enorme que outros sítios me puxem, me magnetizem, me façam querer alguma coisa de novo, alguma coisa tornada minha, tornada eu. Um eu diferente mas tão eu como eu agora.
Cada vez mais sozinha, cada vez maior a vontade de ficar sozinha.
Mas longe. E podia ser aqui, porque é a minha cara -  ou a cara, infelizmente, talvez não, mas o meu por dentro...
Bom Dia!

22 agosto 2013

... o que eu gosto disto...
Boa Noite





e tu,
sempre tu

num prodígio de luz

a enlouquecer-me
as sombras


gil t. sousa 





[eu, que me verti toda em sombras,
em sombras de mim,
do que fui, do que vivi, do que senti e lutei de olhos fechados ao mundo
ilumino-me, trémula, como se houvesse sol nos teus olhos. 
e há. 
 é o sol que me faz sombras. 
sem luz nunca haverá sombra. 
e a minha sombra enlouquece-se à tua luz
baralha-se 
esquece-se de ser
nunca deixando de ser
a sombra da tua luz ensandecida]
Adoro amores-perfeitos.
Deve ser do nome.
E da perfeição.
E de não se poderem arrancar, só apreciar, só gostar.
Como as papoilas de ar selvagem e silvestre.
Os amores perfeitos não têm ar selvagem, nem despreocupado,
mas parecem doces e perfeitos, e eu gosto.
Como gosto de pessoas de ar organizado e bonitinho que eu nunca terei.
 Provavelmente se eu fosse uma flor seria algo parecido com uma papoila.
(é preciso alguém com uma certa sensibilidade e diferença natural para espontaneamente reparar numa papoila, e depois não se vendem, não são comerciais - já repararam-, e eu gosto disso tudo. Muito.)
Mas a minha flor preferida acho que são as margaridas... giro né?
Bom Dia

21 agosto 2013


(...) Toca-me, conjuga um verbo que conheças
no presente do indicativo, soletra-o na segunda pessoa
do singular ao meu ouvido, dá-me qualquer coisa
que me pareça eterno.

Basta-me que o teu olhar me encontre.

José Rui Teixeira


[«...és-me.» - mas é uma sugestão que de tão irreal apenas poderia ser sonhada, se eu ainda sonhasse no tempo que me escorre pelas mãos e me deixa a vida como morta. Era o que eu soletraria se o teu ouvido fosse meu. era qualquer coisa de eterno que é, e que o meu olhar traz sempre, ainda que nem sempre o encontres.]