Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 julho 2010

Apetecia-me, apetecia-me manda-lo passear, é verdade. Estou num daqueles estados de espirito que me deviam assolar mais vezes e eu conseguiria duma vez por todas despegar-me, ganhar raiva constante e consistente, disciplinar a mente e pôr a razão de volta ao comando das operações. Perceber que não gostar não é uma esperança, que gostar é um estado de estupidificação que tem de ser domado. Perceber que se não se é gostado, também isso não muda por muito que se faça, ou queira não ver, ou se vejam coisas onde não as há. Não gostar é não gostar. É não estar, é não pensar, é não querer.
Estou cansada, cansada de gostar demais, sempre demais de quem gosta de menos e magoa mais. Estou farta de parecer um semaforo intermitente, em que não se sabe se se vai ou se se fica. Estou farta das mesmas faltas sempre, sabendo que magoa muito, pouco ou nada. Tudo é indiferente, a tudo se passa por cima, e no fim estou lá sempre, feita parva, de cara fechada, que sempre tem o dom de abrir, mas nunca de curar as feridas que se enfiam para dentro e raramente saram.

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