Gosto de papoilas.
Havia um canteiro de papoilas em casa do meu avô, e eu gostava de passar por ele, sempre que ia e vinha de casa dele, de brincar com ele e com as papoilas. Papoilas vermelhas, e sempre tão estranhas, não sei se bonitas, mas eu gostava delas, têm aquele aspecto selvagem, de quem não precisa de muitos cuidados, porque o seu maior cuidado é ter ganas de sobreviver, e sobrevivem. Sozinhas vão-se sustentando dia a dia, têm a sua força nessa vontade selvagem de ser, de nascer e aguentar-se de pé. Nem bonitas nem feias, mas com uma graça frágil, simples, natural e ao mesmo tempo que cheia de força quase sobrenatural.
Gosto de papoilas.
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