Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

29 outubro 2012

...
deito-me à sombra das tuas pernas
e o corpo arde em todos os movimentos
que não ousaste prolongar
na toalha branca da minha pele

deste lado a dor
é completamente minha
e por assim dizer inútil

era capaz de jurar
que nem me viste
...

Alice Vieira

[era capaz de jurar que nunca me viste. Era capaz de jurar que nunca me viram. Era capaz de jurar que de me olharem, pensam que me vêem. Era capaz de jurar.]

2 comentários:

Anónimo disse...

O comum dos mortais, em geral, tem medo dos deuses. Neste caso, das almas grandes

Eva disse...

para isso era preciso saber reconhecer as almas grandes, e normalmente para as saber reconhecer, está implícita uma certa valorização dessas características...ou seja, it needs one to know one...
se não valoriza, é porque nem reconhece a grandeza da alma... há coisas para que só se se estiver sintonizado, para ser o nosso próprio comprimento de onda...