Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

05 abril 2013


Quantas vezes te esperei neste lugar
quantas vezes pensei que não chegavas
quantas vezes senti a rebentar
o coração se ao longe te avistava.
Quantas vezes depois de teres chegado
nos colámos no beijo que tardava
quantas vezes trementes e calados
nos entregámos logo sem palavras.

Quantas vezes te quis e te inventei
quantas vezes morri e já não sei.

Torquato da Luz

6 comentários:

Anónimo disse...

Provavelmente muitas como todos nos que redesenhamos a vida todos os dias conforme os dias

Eva disse...

Sim, de certeza, demais já.
Há um dia que deixamos de morrer, porque deixamos de inventar o outro e a nós mesmos, de o esperar e de esperar por um nós - morremos de vez, depois de ter perdido a conta ao número de vezes que já havíamos morrido em vão.
A vida redesenha-se todos os dias - é verdade -, mas convém saber o que queremos que seja o conjunto do desenho, a estrutura, a base, porque o que muda todos os dias não pode ser isso, ou não haverá qualquer direcção de vida, projecto de vida, desenho de vida - UMA vida afinal...

Anónimo disse...

Evaaaa!!!! Ó Evaaaaa!!!
Querida Eva, por onde andas, Rapariga???!!!

E eu aqui à tua espera!.....
:)
beijinho
espero que estejas bem.
:)




n.

Eva disse...

Estou aqui enrolada em mim, muda, e se estar bem é ter dois braços e pernas que funcionam, e continuar a respirar, sim estou bem.
Beijo, n., deves ser a única que dá pela minha falta e das parvoíces que aqui escrevo...
:)

Anónimo disse...

Obrigada por responderes, Evinha.
Muitas vezes tambem dou por mim assim enrolada, sem vontade de nada e desligada de tudo..
Pois é...
Ah, mas o que escreves é sempre inteligente ou divertido e eu adoro ler te.
:)
Boa noite, Eva.


n.

Eva disse...

Boa noite, n.
:)