Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

07 novembro 2013

[mais um descapotável, mais uma viagem que não viajo...]

Depois de dizer que não estou virada para esse lado, depois de dizer que abracinhos e beijos de "amigo" são coisas que não me encaixam na situação... Depois de me explicar - porra, 'tou farta de me explicar!!...em tudo e de tudo, ninguém entende uma linha do meu silêncio nem um parágrafo inteiro do meu discurso...- agora vem um convite para ir a qualquer lado, um fim de semana, Sevilha talvez, eu que escolha que tanto faz, o que interessa é a companhia... 
Sevilha, porra, Sevilha: o pronunciar desta palavra na minha cabeça reme-te para um mail de há muito tempo onde me descreviam um fim de semana para passar a dois. Pegar no carro e ir. Odeceixe, Odiaxere, Tavira, Sevilha.... as noites de Sevilha, coisa muito gira, diziam-me. Eu ia gostar, de certeza. Era a minha cara... 
E eu dou comigo a gargalhar sozinha de puro desespero!!!!... de tudo, por tudo. Desespero do mais puro, por tudo me ser tão duro por dentro: os dias, os últimos dias, todas as noites, algumas em particular particularmente excruciantes, os últimos meses, o último ano. Tudo e tanta coisa que não devia ser tudo, mas que me é tudo.
Depois, por momentos, no meio da minha extrema carência, dou por mim a agradecer - talvez até roçar o gostar -, que alguém me queira, o mostre e o diga, para passar uns dias, um fim de semana, um concerto que seja: qualquer coisa. Porque lhe apetece estar comigo, porque parece-lhe que valho a pena, que está disposto a fazer kms por mim, para um jantar e uns copos, conversa, companhia... Que tenho uma energia boa, que lhe faz bem, que se sente bem ao pé de mim... 
E eu... eu dou por mim realmente, e verdadeiramente, a agradecer, mas a não conseguir deixar de dispensar... 
Por que raio está tudo ao contrário? Quando é que eu volto a aprender a gostar de quem gosta de mim?? e ganho amor próprio? Tenho de vender a alma? Se ao menos tivesse como e a quem... Acho que já me tinha livrado dela... Porque ela já se desfez de mim há muito tempo, está numas mãos que não me pertencem, e que me desfizeram em coisa nenhuma.

3 comentários:

Ana Vaz disse...

Minha linda...

Leio o teu blog à muito tempo...
Apesar de hoje em dia estar muito bem, casada, com marido e feliz, ja´me senti presa um dia, como tu, a um amor que não vale a pena.

O problema é uqe, por mais que outras pessoas te digam que gostam de ti, nunca vai chegar! Enquanto TU mesma não decidires que está na hora de te libertares de algo que não vale a pena!

Ja pensaste na quantidade de gente que deve querer estar ctg? E que poerventura nunca viste com "olhos de ver"?

Apesar de não nos conhecermos, é como se visse uma parte de mim em ti!

Se precisares de algo, estarei sempre por aqui...

Beijos!

Eva disse...

Às vezes fico sem palavras. Esta coisa estranha de se expor anonimamente os nossos mais recônditos cantos da alma, faz com que quem nos lê e não conhecemos noa conheça provavelmente mais do que quem nos conhece... E sentir o carinho dessas pessoas que nunca vemos mas que ficamos a saber que nos lêem e nos conhecem, e que provavelmente nos sentem, e isso equivale mais ou menos a ser atropelada por um tractor mas em bom! Atropelada por carinho e atenção anónimos, alguém que desviou o seu caminho parâmetro deixar esta mensagem. Obrigado Ana, eu espero que também comigo um dia as cousas resultem bem, estou cadáver mais céptica, com este ou com outro amor... E acho que o próximo ano vai ser duríssimo e extremamente exigente das minhas forças, mas não tenho alternativa. De vez em quando tenho estas surpresas boas que fazem amanhecer sorrisos em mim. :))

Eva disse...

*ainda não estou cadáver... Era mesmo: cada vez... Raio do telemóvel!!! E também não era parâmetro era: para nos...