Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 julho 2014



"Aqui, deste lado da barricada, eu amo-te sem te ver. Aqui, deste lado da barricada, eu amo-te sem te tocar. Vou-te amando porque preciso. Vou-te amando porque quero. Vou-te amando porque faz sentido. Sinto-te dispersa pelo ar. Sinto-te a dares-me vida. És tudo o que acontece à minha volta. És a certeza de um metro quadrado de paz neste caos que me rodeia. És o sorriso que me escapa nos dias cinzentos que se multiplicam. Deste lado da barricada espero-te a todas as horas. Deste lado da barricada tento arranjar forças para largar tudo e fugir até ti. Deste lado da barricada só faltas tu. Nestes dias cinzentos, neste mundo triste que me rodeia, nesta falta de amor que se mistura no ar, tu és o sorriso que me faz querer continuar. És tu. És sempre tu. "


[Às vezes parece, parece que amar-te é quase uma necessidade, como uma espécie de instinto selvagem da felicidade, as garras das ganas de viver. Ninguém sobrevive incólume a um Amor que nos faz feliz por dentro e por fora, que cria um ninho num mundo aparte. Depois disto, a sobrevivência passa a morte, e o instinto de sobrevivência é continuar a amar aquele Amor, como se fosse o sol que permite a vida, mesmo a vida mais básica e quotidiana. Sem isso é como se não houvesse nada, nem dia nem noite, nem passado nem futuro, e o presente perdido sem saber onde ir. Amando assim, volta-se àquele ninho, mesmo quando já não há um mundo aparte - o mundo que casou este amor.]

Sem comentários: