Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

25 agosto 2014

pois se calhar era uma ideia... 
aliás, ideia que se calhar já alguns tiveram... vestem e despem cá com uma bolina... 
... mas há vestidos que experimentam mais tempo e com mais vontade, e outros que nem chegam realmente a vestir põem assim à frente do nariz, acham muito giro, dizem que é lindo, mas não sei se chegam realmente a vestir com propriedade, vontade e convicção.
Seja como for o que não querem, despem e deixam no chão.
Vou pensar em começar a adoptar a mesma filosofia... é que chego à conclusão que quando tenho vontade de vestir e visto, normalmente é para levar, é para ficar, é porque quero. 
Tenho de variar mais, vestir e despir, e deixar no chão. E eu que ainda não arranjei quem me despisse os vestidos novos que ainda não vesti.... tss tsss que tristeza.... aliás dei por mim a pensar há dias há quanto tempo ninguém me toca, a pele e a alma. Nenhuma das duas.

4 comentários:

Filipa disse...

Quando somos das que, para que nos toquem a pele, também têm de nos tocar a alma, esse despe e veste torna-se mais difícil :)

Eva disse...

Pois... Mas acho que se tornou ainda mais difícil tocarem-me a alma... É esse vestir e despir foi coisa que nunca experimentei, talvez esteja na hora de experimentar... Mesmo que difícil, o difícil nunca me assustou... Eheh talvez seja uma boa medida, quem sabe? Já percebi que ser como sou não me traz nada de bom, mesmo...

Filipa disse...

Concordo consigo em praticamente tudo e esse é também um dos motivos porque gosto tanto do seu blog, tendemos a gostar mais daquilo com que nos identificamos, mas...confirma-se, que há sempre um mas, quase nunca concordo, quando a Eva vê as coisas pelo seu lado menos brilhante, "já percebi que ser como sou não me traz nada de bom, mesmo..." Porquê? porque quando ama, ama a valer, porque no amor não está para brincadeiras e leva-o a sério, porque teve a sorte de sentir tudo o que muita gente gostava de ter sentido e nunca sentiu? correu mal? então, às vezes corre mal, é o tal risco, é a vida, como tantos gostam de dizer, mas enquanto estava a sentir, enquanto durou, viveu ou não tudo de bom? o que importa é o que a Eva já teve oportunidade de sentir, quanto ao que os outros sentiram ou não, a não ser que lho digam claramente, nunca irá saber ao certo, não está dentro da cabeça nem do coração deles e nestas coisas nada é assim tão linear, digo eu...
(Desculpe-me o abuso deste quase raspanete, mas não resisti)

Eva disse...

Eheheh gosto dos seus raspanetes, eu faria o mesmo ;)
Mas as vezes uma pessoa fica tão cansada de levar no trombil, fazendo as coisas como uma pessoa acha que deve, mesmo quando se fazem asneiras, procurar sempre seguir um qualquer fio condutor de honestidade, de dignidade, sem jogar baixo ou ser-se rasteirinha... Mas realmente o que custa é perceber que nada disto é valorizado, que este mundo é dos que atingem os fins não importa como, porque só os sucessos contam, não o carácter. E isso, independentemente de tudo o resto, põe-nos em causa e apetece- raios apetece muito - então fazer tudo ao contrário do que sempre fizemos. O meu único dilema, já antigo, é que essa pessoa não seria eu, não me sentiria eu. Mas raios apetece porque lá está estou fartinha de levar no trombil com dignidade, deixe-me espernear um bocadinho, Filipa ;)