Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

11 setembro 2014

Eu devo ser mesmo uma gaja todo-o-terreno, com saltos de quinze cms a subir a montes de entulho das obras... devo ser isso e meia maluca, mas isso não é novidade, e o certo é que nunca os saltos me impediram de fazer nada. Nem andar no meio do mato, nem no meio de calhaus. Em última instância descalça-se se se puder. E vai daí olhei para aquilo e disse, bom, não vou ficar aqui e não ver  que tenho para ver, né? e pronto, calças de ganga e saltos de 15 cms passearam pelo entulho e transpuseram o obstáculo. Missão cumprida. Gosto disso nas mulheres - gosto disso em mim, porque tenho coisas em mim de que gosto, certo é que mais ninguém as aprecia, mas paciência, nem tudo em mim é mau, e isso eu sei, por muito que às vezes não o valorize - de saberem andar de saltos onde não seria suposto, e de saberem andar de sabrinas em qualquer lado. E não é o que se veste, é o espírito que se incorpora, porque o que está por fora tem de combinar com o que se traz vestido por dentro, de alguma maneira tem de estar afinado, ou soará a falso. Gosto da simplicidade de um fim de semana que combina com calças de ganga e t-shirt, com umas sabrinas, óculos de sol e cabelo revolto; e - pode até ser no mesmo dia- gosto de vestidos de jantar justos e femininos, principalmente se nao for para sermos nós a despi-los... Até gosto daqueles vestidos de executiva, que dão a algumas mulheres aquele ar meio distante e inalcançável, mas algo apetecível, e eu gosto de ver embora eu nunca tenha esse ar. Até tenho especial apreço pelas mulheres, senhoras de saltos bem usados, que sabem descer do salto e retomá-lo com elegância, e isso é raro de ver, muito raro. De saberem sentar-se numa tasca ou num restaurante premiado com estrelas michelin. De saberem dizer não com inteligência e graça, e de saberem encostar alguém à parede com toda a vontade de sim e sem falsos pudores.
Eu tenho muito poucas destas qualidades que gosto, mas sei reconhecê-las quando as vejo.
Gosto de gente que sente e sabe sentir, e estar.
Porque saber estar é também saber respeitar os outros, essencialmente isso, tal como se atentarmos bem ao principio básico que fundamenta as regras de educação - respeito e consideração pelos outros, e isso tem a ver com como se sente os outros e nós em relação aos outros.

Bom Dia

4 comentários:

Anónimo disse...

E o que estava para lá do entulho é que ninguém ficou a saber. Seria uma família de coelhos? Nao me parece. Talvez uma coisa mais interessante quem sabe. Porque isto de se ser uma costela de Adão com saltos de 15 cms a passear por cima de um monte de entulho, mesmo sendo muito pratica e habilidosa, tem que haver qualquer objectivo muito serio do outro lado.

Eva disse...

ahahahah olha vejam só no que atentam os leitores deste blog - ou então estão a gozar comigo acerca do interesse (ou falta dele, no caso) do post... - em vez de atentar na reflexão da coisa, não, ficam a pensar no que é que estava para lá do monte de entulho......eheheh.. e não não eram coelhos, nem coelhinhas... era mesmo ver se o que estava para lá do obstáculo também era para virar entulho, ou para deixar ficar. Era um objectivo muito sério mesmo, portanto!

Anónimo disse...

Quanto a coisa, penso que exprimido muito bem, alias como de costuma aqui no sítio, do que sente em relação ao assunto com o qual concordo totalmente e nada vejo a acrescentar. Agora quanto ao que faz a mulher de Adão trepar montes de entulho em cima de tacões de 15 cms, ai vai concordar, deixa qualquer um curioso nao?

Eva disse...

...mas isto é comentário de politico?? é que no fim acabei por não perceber patavina (isto exprimindo-me em bom português, veja-se)... "do que sente em relação ao assunto com o qual concordo totalmente e nada vejo a acrescentar" hein???? mas concorda com qual parte e em qual assunto?
Bom quanto ao resto, as mulheres é que costumam ser curiosas, não os homens... e esse "curioso" faz-me pensar que o comentário é masculino... não?