Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
23 outubro 2014
entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar
e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios
Alice Vieira
[os meus hoje dormiram até tarde depois de me levantar, mas quando acordaram, acordaram verdes de esperança, de coisas que se querem boas, de vontade de viver, de viver a vida como pode ser vivida, de me dar e de ter quem me acolha.
só me faltam as mãos nos ombros, e a cabeça a inclinar-se para essas mãos, os lábios quentes a beijar essa pele que se torna minha porque a minha deixa de o ser. há sempre uma maneira de regressar duma ferida, é alguém nos curar dela, não nos arrancam a ferida mas arrancam-nos dela. ]
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Maçãs alheias
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