Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

07 novembro 2014



....rrrrrrrrrr....rrrrrrr...
eu cá não rosno, não, mas às vezes apetece-me morder, e às vezes mordo mesmo... 
como tanta coisa que se me apetece fazer, e posso, faço. Simples, assim.
Mas não mordo com raiva e há rosnares que me lembro de adorar. Quentes, de um calor que vinha de dentro, apaixonado, ávido, mas em paz.
 Coisa estranha essa, não?
 Haver avidez, coisa sem calma, mas em paz. 
Como se estivesse certo. Tudo certo. A avidez e a paz de se saber que a falta de calma é natural, normal e quer-se, como tudo que se quer mesmo, quer-se com vontade. Como morder. Como rosnar sem ser ameaça, nem ameaça de vontade, mas vontade que nada ameaça...
vontade de morder com as mãos, com o olhar, com o beijo, com os braços e pernas que se enrolam e confundem sem saber onde uns começam e os outros acabam, 
onde o rosnar já não se distingue do morder.
 E isso não dar paz mas podermos ser em paz.
Como somos, sem ameaças.

[vi esta frase e isto tem tantas interpretações acertadas,eu sei, e em tantas vertentes, desde o amar ao ameaçar de raiva,  mas eu só me lembrei de rosnares bons e de mordiscadelas malandras de brincadeira ou de muita vontade.... a cabeça duma pessoa tem vontade própria e não nos pergunta nada...]

Bom Dia.

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