Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

08 novembro 2014

...exacto. E há coisas que fazem falta para não se ter frio, claro!! Egeheheh 
Eu por acaso, que agora estou encharcada até aos ossos, dava-me jeito um chapéu de chuva. Mas não uso. Porque se uso só uso uma vez. Fica no primeiro sítio em que o pouse... A cabeça nunca atenta a esses pormenores, mas atenta tanto a outros que molham mais...
E eu até gosto de chuva, não me importo de apanhar chuva desde que, obviamente, não seja um exagero; dilúvios, mesmo em ponto pequeno não gosto. E isto faz-me lembrar uma coisa que li em qualquer lado que nos punha a pensar em tanta coisa que gostamos de dizer que gostamos, mas depois fugimos... Como quem diz gostar da chuva mas não larga o guarda chuva, e só sai de casa a sêco; ou quem diz gostar tanto de sol mas depois escolhe a sombra, em vez de escolher as horas em que se pode estar ao sol à vontade, sem torrar. Ou pessoas que dizem gostar, adorar tanto, outras, mas depois nunca fazem nada para ficar com elas... É tudo estranho. E estranha ando eu, não sei que tenho que parece que não quero saber de nada, só me apetece gente que eu gosto e que sinto que gosta de mim, gente genuína, em quem se pode confiar uma gargalhada que nos explode no momento, ou as lágrimas que nos gastam lentamente mesmo que tantas vezes sêcas. Gente que nos faz sorrir e fazer sentir parte. Gente de coração. Do nosso coração, com morada recíproca. 
Não sei que tenho, mas parece que cresci, que me obriguei a ver-me e ao que me rodeia, as prioridades que se calhar troquei porque a mim sempre me trocaram e nunca fui prioridade...
E aqui a descansar dos metros andados à chuva e a passo mais acelerado, descanso e lembro-me que ontem adormeci com umas três frases na cabeça, já na cama não me apeteceu pegar no telemóvel e escrevê-las, achei-as tão giras que achei que não me iria esquecer e ia conseguir reproduzir o pequeno texto que me deambulou pela cabeça antes de eu a deixar descansar, mas não, hoje não me lembro. Só me lembro da primeira, da que depois desfiou as outras, e era que realmente ninguém morre de amor, amor é a melhor coisa do mundo, como se poderia morrer disso?? O que se morre é de saudades, e de desamor, por sentir essas saudades como algo não partilhado, algo que é tão só nosso como o que se sente por quem sentimos falta, ou como o desamor que nos têm que se tão denso, as vezes chove. E  as vezes mata como molha a chuva molha tolos, sabem?... E hoje dei por mim à querer que um dia também acorde é não me lembre do que pensei nunca ir esquecer, que me queira lembrar e só me lembre da frase principal, a que desfiou as outras... Qualquer que ela seja... A que me desfiou durante tantos anos, que ainda se me desfia, nas mãos que escrevem, nos beijos por dar, nas saudades que não sentem e sinto em dobro, quase em compensação do que não se pode equilibrar...
E eu não sei que tenho, parece que não quero saber de nada, nem sequer de quem me está a ler - que sei que está, e quem está - e não quero saber, há coisas para que cresci, ou parece-me. Sou o que sou, e sabem que mais? E lido bem com isso, e nem tenho de lidar, sou apenas, reflicto-me, penso-me, percebo-me e não me escondo e não (me) engano, sou como sou, e não quero mudar, e quem não lida bem com isso não é problema meu. Hoje pelo menos não é. Estou assim. Hoje é uma espécie de dia "quesafoda", amanhã logo se vê, se amanhã estiver toda fodidinha cá estarei para me aguentar. Que sa foda, agora vou para onde quero e me apetece!! E a chuva sabe-me bem!

Bom dia!

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