Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

18 dezembro 2014


"Cala-te, a luz arde entre os lábios,

e o amor não contempla, sempre

o amor procura, tacteia no escuro,

essa perna é tua?, esse braço?,

subo por ti de ramo em ramo,

respiro rente à tua boca,

abre-se a alma à língua, morreria

agora se mo pedisses, dorme,

nunca o amor foi fácil, nunca,

também a terra morre."


Eugenio de Andrade

[..só não acho que o amor não seja fácil. Não há nada mais fácil que o amor, sente-se e pronto, não se faz nada para sentir, nem sequer pode haver esforço nisso, é e pronto. O amor é fácil, a relação é que pode  não ser; e não raramente a nossa própria relação com o amor, e com o que sentimos, não é pacífica, principalmente quando o tentamos contrariar, quando nos tentamos contrariar... porque se o que sentimos não se controla, tentar contrariar é só frustrarmo-nos... e isso é que nunca é fácil... ]

Sem comentários: