Eva me chamaste
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
Fizeste das minhas costas o teu piano
Dos teus desenhos as minhas curvas
Da minha boca a tua maçã
Dos meus olhos o teu mar
Do meu mundo os teus braços
(...)
29 janeiro 2015
Cabeça quase encostada ao vidro, pelos olhos passa o mundo a correr, mas deixo de o ver, o meu olhar faz ricochete no vidro a fazer-se de espelho, devolve-me o olhar - vejo-me. Algo em mim mudou, não sei precisar, não consigo explicar, mas o mundo lá fora passa a correr e eu, no espelho disfarçado de vidro,vejo uma mulher. Quase não me reconheço, nao sei do paradeiro da miúda que me emprestava o cartão de visita, e pergunto-me por ela. Vejo-me mulher no vidro que vira espelho. Nunca cheguei a ser bonita, mas chegaste a fazer-mo sentir. Pouca gente o conseguiu, muito pouca. E só nessas alturas desejei mesmo sê-lo, para que não te enganasses ao enganar-me. Para que estivesses certo, se era isso que gostarias de ver, que gostavas de ver. E eu gostava que gostasses de ver, e de to ver no olhar e ler na ponta dos dedos, na temperatura da pele, e na falta de espaço entre eu e tu. Esse espaço que agora sobra e não é nada, sendo o mundo todo que corre desenfreado na noite lá fora, e o vidro a fazer-se espelho que não engana.
Às vezes o espaço da distância parece coisa que a vista alcança mas ao olhar não chega. Há olhares que fazem ricochete. E cá dentro não há espaço. Mesmo que tudo esteja vazio.
Boa noite
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