Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

19 fevereiro 2015


Há dias em que se consegue fechar os olhos à  vida. Fechar os olhos e não ver o que nos rodeia, onde estamos. Fechar os olhos, e ver só o que por dentro temos de mundo, como se fosse a realidade, para fugir à realidade. Há dias em que se fechar os olhos me consigo rir, e ver luz, e achar que as coisas não estão tão más assim. Nunca dura muito, nunca fecho os olhos muito tempo, a realidade tem uma maneira de nos acordar. Ou nós uma maneira de não nos deixarmos adormecer profundamente. Umas vezes mais cruel, outras menos. Nem sempre sabemos como, ou por que, nos acorda, mas de repente já o riso nos escapou e a luz se esfumou. Como agora, ao pensar em amanhã, e nos dias que se seguirão, e não me apetece; não apetece ser invadida e acordada por dentro por este mundo, onde a luz apagada faz abrir mais os olhos para melhor discernir a nossa escuridão.

Boa Noite 

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