a tua voz que eu amo, e as tuas palavras
que eu não esqueço. Volta até mim
para que a tua ausência não embacie
o vidro da memória, nem o transforme
no espelho baço dos meus olhos. Volta
com os teus lábios cujo beijo sonhei num estuário
vestido com a mortalha da névoa; e traz
contigo a maré da manhã com que
todos os náufragos sonharam"
Nuno Júdice
[...O que eu não esqueço, e porquê? Porque não se embacia a memória do que sinto, do que senti, do que fui e sou ainda às vezes? O beijo que não se desfaz do que nunca fez, do que nunca se fez dele - uma maré de promessas não prometidas que se sentem nos lábios que ainda beijam o que só embacia a memória. Tu não vens.]
Sem comentários:
Enviar um comentário