Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

25 agosto 2015

Recebi estas mensagens há poucos dias, e partilho agora convosco, porque tem a ver com o comentário da Nanda no meu último post, talvez seja coincidência estas duas leitoras, nesta altura em que estou, me dizerem coisas que me sensibilizam e me fazem notar, e sentir, que este blog tem dimensões que eu desconhecia, e talvez outras tantas que posso ainda desconhecer. 
Na verdade acho que tem - ou ganhou ao longo dos anos, não sei -,  outras dimensões e vidas, e toca (ou tocou, vá) vidas que não imaginava, de formas que não poderia imaginar. 
Tudo ganha um sentido diferente ao ver isto, ao ouvir estas coisas que me dirigem, sem nunca me terem falado, ou visto, e no entanto, terem aqui, neste blog, tudo o que é preciso para me conhecerem por dentro, para me conhecerem melhor do que quem todos os dias me vê a cara, me ouve, me vê rir e viver os dias claros, como se a Eva não existisse, e é na verdade quem mais me faz, quem mais sou, ou talvez não, não me faz mais,  mas faz-me tanto como a outra parte que se vê, sou-o muito, sim,  mas reservado a poucas, muito poucas pessoas. É uma faceta muito íntima, que não divulgo com facilidade, que não dou a qualquer um. Poucos a sabem ver ou sentir, já nem digo perceber. Mas o que percebi nestas linhas da Nanda e desta outra leitora é que as minhas palavras, este meu lado serve a alguém para alguma coisa, sem que eu o desconfiasse, e isso é bom, e dá um outro novo sentido ao deixar fluir pelos dedos o que me está escrito na alma. Talvez alguém o aproveite, talvez alguém tenha gosto em lê-lo, talvez se identifique, ou talvez sirva para saber o que não quer. Não sei, mas aparentemente pode servir para mais do que eu pensava, e não só para mim.

Bom só para dizer que estas duas meninas me fizeram ver o blog, e o que escrevo, duma forma diferente, e que sim, talvez um dia destes as palavras voltem a surgir aqui. Não prometo, não sei, mas pelo menos por estas duas almas caridosas, vou tentar. :))

Ficam aqui as mensagens (há coincidências engraçadas, há que dizê-lo... ou eu achei. parece que chamam a Eva para onde é o sítio dela... e talvez o único sítio dela seja mesmo este blog e estas palavras - talvez nunca tenha tido outro. ):

Leitora do Blog - Olá, andei a ler-te durante 3 anos seguidos da minha vida. Todos os dias ia ver se havia novidades no teu blog. Depois, por motivos que agora não interessam para nada estive uns 2 anos sem te encontrar. Encontrei-te agora e até descobri que tens uma página no facebook. Tenho estado a ler todos os posts para trás que ficaram perdidos nestes 2 anos. ...e só queria dizer-te. É tão bom ler-te. É tão bom.

Eu- É tão bom ouvir isso... Mesmo! Obrigada.

(vi as mensagens pouco tempo depois de terem sido enviados e por isso deu origem à seguinte breve conversa...)

Leitora do Blog - Acabei de ler um post em que falas que te irrita que te copiem (mesmo que isso seja a melhor forma de elogio)... mas tenho que te dizer... foste a minha salvação muitas vezes.

Eu - como assim? a tua salvação?

Leitora do Blog - quando não sabia como explicar algum sentimento ao meu marido, copiava um texto teu e colava no espelho da casa da banho... às vezes leio-te e penso: é mesmo isto que eu sinto. Só que as palavras não me saem como a ti. Fluídas, organizadas e claras.

Eu - e ele entendia?

Leitora do Blog - entendia sempre e poupava-me de uma discussão

Leitora do Blog - é bom ter-te encontrado de novo e gosto muito de te ter por cá.

Leitora do Blog - beijos e obrigada

Eu - o blog tem tido e falado de tantas tristezas que essa deve ter sido uma outra fase do blog e da minha vida, e pelos vistos também da tua...

Eu - Beijo e obrigada, eu

Leitora do Blog - tudo se resolve. o mundo equilibra-se sozinho quando menos esperamos. Eu vou-te lendo e acompanhando. ...no blog, que é muito mais charmoso do que por aqui.

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