Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

02 dezembro 2015



"Cada um luta com as armas que tem", oiço às vezes, e eu não tenho nenhumas, ou se tenho não sei quais são nem como usá-las, não sei lutar para que me queiram. Acho que ninguém teve de lutar para que eu o quisesse, para que eu quisesse fazer tudo para poder ficar com quem queria. Simplesmente acontece. Ninguém lutou, ninguém precisou fazer nada, só existir, só ser o meu colo e o meu riso, só ser e deixar-me ser. Como sou. É isso que muda tudo, esse estar sendo, essa sensação de ser estando, de tal forma que deixa de se conseguir conceber a vida sem esse alguém, porque esse alguém é permitirmo-nos ser. Ninguém lutou por isso, não usaram armas nenhumas para isso, porque é que eu teria de usar, teria de lutar? Nem sei como ou o que fazer... nunca soube lutar por quem quis, só sei lutar por um nós que seja feito de dois, por dois, de duas vontades de estar, de um sentimento que une. Sei dar tudo por quem gosto, talvez essa seja a minha forma torpe de lutar. Talvez amar seja uma forma de luta, mas nunca uma arma.

Boa noite

2 comentários:

O Grunho disse...

(Amar rima com lutar. Embora só conheça - e bem demais - o segundo verbo)

Eva disse...

Rima mas acho que só na primeira pessoa do plural...
ou só aí devia rimar, combinar, ser conjugado em conjunto.