Eva me chamaste

Fizeste das minhas costas o teu piano

Dos teus desenhos as minhas curvas

Da minha boca a tua maçã

Dos meus olhos o teu mar

Do meu mundo os teus braços


(...)

12 fevereiro 2015

E quando nos beijávamos......
E eu perdia a respiração e, entre suspiros, perguntava: Em que dia nasceste? E me respondias com voz trémula:
Estou nascendo agora...

Mia Couto
[...e agora morrendo por cada um que demos, e não tenho, e me falta. Tanto ainda.]

4 comentários:

Joao Joannes disse...

Para se morrer por cada beijo...
Que se viva por casa suspiro que se dá...
Equação simples...

Eva disse...

Será simples? não me parece.
e talvez faltem os suspiros para equilibrar cada beijo por que se morre.

Joao Joannes disse...

Bem se faltam... isso resolve-se bem...
Dá uma biqueirada no marasmo...

Eva disse...

Não me parece que se resolva bem ou facilmente, porque essa teoria da biqueirada muitas vezes sacode-te o marasmo da vida, mas enfia-te numa tempestade. Aquelas tempestades onde perdes o norte, onde não sabes para onde queres ir, só queres é fugir de alguma coisa, sair, mudar de lugar. Passar por cima do que não queres ver, nem saber. Não resolve nada e complicas tudo. As coisas têm o seu tempo e ritmo para acontecerem, para umas deixarem de fazer falta e outras nascerem entre suspiros. Qualquer outra coisa não resolve nada. É um placebo fajuto. É um beijo que foi entregue mas nunca foi dado.